Ficamos sem a luz de Luís

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Ele trazia luz no nome e a vocação pelo ensino no acróstico das iniciais de seu sobrenome

Perdemos a maior estrela acadêmica do Uninta, não apenas pelo capital intelectual inigualável mas também pelo brilho no olhar ao dizer da felicidade em trabalhar na nossa instituição. Perdemos o nosso pró-reitor de Bioeconomia e Inovação Tecnológica, professor doutor Luís Antônio Barreto de Castro, mais conhecido por Dr Luís ABC. Ele trazia luz no nome e a vocação pelo ensino no acróstico das iniciais de seu sobrenome.

Num grupo da família, quando anunciaram sua partida, ocorrida de forma súbita na tarde desta terça-feira (26/12), motivada por um infarto, um comentário me provocou breve momento de indignação: “Ele morreu? Não o conhecia”. Refleti: “Claro, ninguém é obrigado a conhecer todo mundo”. E resolvi ser lacônico, caprichando nas exclamações para calar qualquer indagação.

  • Um cientista!!!

Não apenas isso, era um cientista apaixonado por sua vocação acadêmica e por sua região, para a qual se destinavam suas energias e saberes. Ele é o criador da Rede Renorbio, que promove os mestrados e doutorados Brasil afora. Tinha por meta a criação do MercoNordeste, querendo tirar das prateleiras das universidades para o mercado as patentes frutos de pesquisas acadêmicas. Com isso, promover a ciência, a tecnologia e a economia de nossa região, reunindo um condomínio de universidades, para que os saberes dessem frutos em prol do povo que os financia.

Prova de sua competência e seriedade é ter trabalhado com seis presidentes da República, como secretário de Estado, em Brasília, nas áreas de inovação e tecnologia. Conferencista internacional, trazia na bagagem mestrado e doutorado obtidos em universidades americanas. Com essa experiência, imaginava que o Nordeste haveria de se transformar em uma Califórnia do Atlântico.

Vai deixar muita saudade entre nós, tanto na instituição como na relação pessoal, embora sem que tivéssemos tido o privilégio do convívio frequente. Serviu de acalento o testemunho de uma de suas filhas. Ela me contou que esteve recentemente com ele e disse nunca ter visto o pai tão feliz por estar trabalhando com ele. Isso, sim, me faz muito feliz. Em saber que pessoas se sentem felizes em trabalhar conosco.

Ele foi embora, seguindo seu destino, enquanto fazia o que gostava: trabalhando e sendo útil a sociedade, mesmo aos seus 84 anos de vida. Oxalá, tivéssemos muito mais Luís ABC em nossos grupos de amigos e docentes do UNINTA.

Dr Oscar Rodrigues
Chanceler do Uninta
Deputado Estadual.

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