O patrocínio da ilusão
A prefeitura de Sobral – assim como o fizeram quase todas em todo o país – gastou um absurdo de dinheiro com decoração natalina. Os principais ícones da cidade foram contemplados com o festival de luzes e ornamentos caracterizando o mundo ilusório de Noel.
O investimento chama a atenção de todos, uma vez que se percebe que há uma espécie de competição quanto à quantidade de lâmpadas e outros incrementos que ainda são capazes de transportar pessoas de todas as idades ao imaginário mundo do velhinho de barbas brancas, que aparece, todos os anos, com seu trenó puxado por um bando de renas, transportando os presentes solicitados pelas crianças, e até mesmo por adultos que ainda alimentam tal crença.
Não se pode negar que todo esse cenário é salutar e estimulante, notadamente para o comércio, uma vez que se tem mais pessoas nos shoppings do que nas igrejas, o que deixa claro que o alvo da festança continua sendo o Papai Noel, e que se reserva para Cristo é somente a reconstituição de seu calvário.
No que tange à farsa do poder público em patrocinar o emblemático espetáculo natalino, é digno de reflexão por parte de quem é cristão verdadeiro. É bom que se saiba que, enquanto o centro da cidade está brilhante de luzes coloridas, a periferia amarga a escuridão, ainda usa lamparinas, ainda carrega água em baldes, vive sem pão, vive esfolada pela grande quantidade de impostos e sem ponto de estacionamento do trenó do Papai Noel.