SUS reduz mortalidade por sepse em 46% com programa de capacitação

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O programa faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS)

A sepse, uma infecção generalizada que pode levar à morte, tem sido combatida com mais eficiência no Sistema Único de Saúde (SUS) graças a um programa de capacitação de profissionais de saúde. Entre 2021 e 2023, cerca de 6 mil enfermeiros e assistentes de enfermagem que atuam em 59 municípios de 22 estados brasileiros foram treinados para identificar e tratar precocemente os pacientes com suspeita de sepse. Com isso, o número de mortes de pacientes com sepse atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) envolvidas caiu de 60% para 32%.

O programa faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Hospital do Coração (HCor), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. O objetivo é apoiar e aprimorar a saúde pública através da capacitação de recursos humanos, de pesquisas e avaliações e da incorporação de tecnologias, de inovações em gestão e de assistência especializada.

O projeto específico sobre sepse foi implementado pelo Hospital Sírio-Libanês, que compartilhou sua expertise com os profissionais das 84 UPAs atendidas. O projeto contou com recursos garantidos por meio de imunidade fiscal concedida aos hospitais participantes do Proadi-SUS.

A sepse é uma condição grave que ocorre quando o organismo desenvolve uma resposta inflamatória para tentar combater uma infecção, mas acaba prejudicando o funcionamento de diferentes órgãos, podendo levar à falência múltipla. Os sintomas podem incluir febre, taquicardia, fraqueza extrema, tonturas, pressão baixa, redução na função dos rins, falta de ar e sonolência. A sepse é uma emergência médica e seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sepse é responsável por 11 milhões de mortes por ano no mundo, sendo muitas vítimas crianças e idosos. No Brasil, as estimativas apontam para aproximadamente 240 mil mortes por ano. Qualquer tipo de infecção, seja ela leve ou grave, pode evoluir para a sepse. Muitos casos resultam de um agravamento de pneumonia ou de infecções abdominais ou urinárias.

A coordenadora de projetos no Hospital Sírio-Libanês, Giselle Franco, afirmou que os resultados do projeto mostram a importância de capacitar os profissionais de saúde para reconhecer e tratar a sepse de forma adequada. “É necessário que esse problema seja visto com mais atenção, tornando o diagnóstico e tratamento mais ágil”, disse.

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