Reclamações contra planos de saúde aumentam 50% em 2023

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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A agência reguladora recebeu 49,7% mais reclamações nos primeiros dez meses de 2023 do que no mesmo período de 2022

A insatisfação dos usuários de planos de saúde aumentou em 2023, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A agência reguladora recebeu 49,7% mais reclamações nos primeiros dez meses de 2023 do que no mesmo período de 2022. A maioria das queixas foi sobre a assistência prestada pelos planos, como negativas de cobertura, demora no atendimento e qualidade dos serviços.

De acordo com a ANS, foram registradas 36.799 reclamações em agosto de 2023, o maior número desde que a agência começou a divulgar os dados em 2020. Desse total, 82,7% foram relacionadas à assistência dos planos de saúde. As reclamações não assistenciais, que envolvem questões administrativas, financeiras e contratuais, representaram 17,3% do total.

A agência calcula o Índice Geral de Reclamações, que mede a proporção de reclamações para cada 100 mil beneficiários dos planos de saúde. Quanto maior o índice, maior a insatisfação dos usuários. Em 2023, os planos de assistência médica tiveram um índice de 55,1, o maior dos últimos quatro anos. Em 2020, o índice foi de 24,1; em 2021, de 30,2; e em 2022, de 36,8.

Já os planos exclusivamente odontológicos tiveram um índice de 1,3 em 2023, semelhante aos anos anteriores. Esses planos costumam ter menos reclamações porque oferecem uma cobertura mais simples e padronizada, segundo a ANS.

Apesar do aumento das reclamações, o mercado de planos de saúde continuou em expansão em 2023. Segundo o Boletim Panorama – Saúde Suplementar da ANS, o número de beneficiários de planos de saúde cresceu 1,9% entre outubro de 2022 e outubro de 2023, passando de 81,5 milhões para 83,1 milhões.

Desse total, 50,9 milhões são usuários de planos de assistência médica e 32,2 milhões são clientes de planos exclusivamente odontológicos. A ANS destaca que o crescimento foi impulsionado pelos planos coletivos empresariais, que atendem aos funcionários de empresas e tiveram um aumento de 3,57% no número de beneficiários. Já os planos individuais e os coletivos por adesão, que são contratados por pessoas físicas ou por entidades de classe, tiveram queda de 1,30% e 2,44%, respectivamente.

A agência também informa que os planos de saúde privados representam uma parcela pequena dos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos cinco anos, apenas 1,6% das internações e 4,3% dos procedimentos ambulatoriais no SUS foram prestados a beneficiários de planos de saúde com assistência médica. A ANS ressalta que os planos de saúde devem ressarcir o SUS pelos atendimentos realizados aos seus usuários, conforme prevê a legislação.

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