Lição do Equador

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A escalada de violência no Equador está inserida em um contexto de aumento do poder financeiro, bélico e político do crime organizado. A crise merece abordagem conjunta de países da América do Sul, uma vez que toda a região presencia o crescimento do narcotráfico.
A atual onda de ataques no Equador é uma reação de criminosos ao decreto de estado de exceção do presidente Daniel Noboa, mas esse cenário de conflito vem se construindo nos últimos anos. Entre 2017 e 2022, o número de mortes por 100 mil habitantes passou de 5,6 para 20 naquele país. Os dados são de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento da violência está relacionado às falhas dos últimos governos em manejar a segurança pública, especialmente o sistema penitenciário. As cadeias equatorianas abrigam 31 mil detentos e funcionam como base de operação para os narcotraficantes locais. Em 2022, o país chegou a ter três ministros da Defesa em menos de um ano.
O enfraquecimento institucional se soma à deterioração das condições econômicas do país e à corrupção estatal. A união desses fatores transformou o Equador em um centro de operação do tráfico de cocaína para os Estados Unidos e a Europa. Cartéis mexicanos e colombianos começaram a recrutar membros no Equador por meio de pagamento em cocaína, o que fortaleceu o comércio local dessa droga ilegal.
A garantia da paz na região virá do fortalecimento institucional e das medidas de segurança nos portos e nas fronteiras. O narcotráfico tem sede por expansão territorial e política. Estão em jogo a segurança das pessoas e a própria democracia.

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