Petrobras e parceiros iniciam estudos de energia eólica no pré-sal
O objetivo é avaliar o potencial de geração de energia eólica offshore
A Petrobras, em parceria com a Shell Brasil, a TotalEnergies, a CNPC, a CNOOC e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), começou a fazer medições eólicas em alto-mar, na região do pré-sal da Bacia de Santos. O objetivo é avaliar o potencial de geração de energia eólica offshore, ou seja, no mar, associada à produção de óleo e gás.
O projeto, chamado de Ventos de Libra, recebeu R$ 8 milhões em investimentos e deve durar três anos. Nesse período, serão coletados e analisados dados sobre as características dos ventos na região, usando uma tecnologia de sensoriamento remoto do tipo Lidar, instalada no navio-plataforma P-75, no Campo de Búzios. O mesmo trabalho será feito no Campo de Mero, ainda este ano.
Os dados serão transmitidos para o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), onde serão estudados por uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores da Petrobras, da UFRGS e das empresas parceiras. O projeto também prevê o desenvolvimento de metodologias e modelos para avaliar a viabilidade técnica e econômica de instalar turbinas eólicas flutuantes em regiões de águas profundas, como o pré-sal.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou a importância do projeto para o avanço do conhecimento e da capacitação no segmento de eólicas offshore, que tem um grande potencial no Brasil. Ele ressaltou que o projeto conta com a participação de importantes parceiros no pré-sal e do setor acadêmico, representado por instituições de renome.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, explicou que os projetos eólicos offshore são um grande desafio científico e tecnológico, ampliado pelas condições que se apresentam na região do pré-sal, a cerca de 200 km da costa, em profundidades d´água de até 2 mil metros. Ele disse que o projeto Ventos de Libra é um passo importante para aprimorar os modelos e reduzir os riscos na implantação dessa tecnologia.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, destacou que o projeto pode indicar potenciais caminhos para a empresa continuar avançando na descarbonização de suas atividades, em linha com o seu Plano Estratégico. Ele lembrou que a Petrobras já tem experiência em projetos de energia eólica em terra, com quatro parques em operação no Nordeste, e que agora busca ampliar sua atuação no mar.
O projeto Ventos de Libra é liderado pela engenheira Cristiane Lodi, que coordena o projeto pela Petrobras e pelo Consórcio de Libra, e pela professora Adriane Prisco Petry, da UFRGS, que coordena o Núcleo de Integração de Estudos, Pesquisa e Inovação em Energia Eólica (Niepiee). O consórcio é operado pela Petrobras (38,6%) em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A. – PPSA (3,5%).