Rio Acaraú e afluentes são vítimas de uma gestão que ignora crime ambientais
Os dejetos que deveriam estar sendo bombeados para uma ETE são jogados nos mananciais que cortam Sobral
O Rio Acaraú, ao longo de seu percurso até chegar ao Oceano Atlântico na cidade de Acaraú, banha dez cidades. De acordo com dados do Instituto Água e Saneamento de 2021, apenas 9.164 sobralenses não têm esgoto em casa, o que representa 4,31% da população. Não é o que aparenta quando se visita os bairros da periferia.
O sistema de esgotamento sanitário de Sobral tem sérios problemas por causa da paralização de algumas Estações de Elevação de Esgotos (EEE). O não funcionamento das EEEs tem causado vazamentos de esgoto em vários bairros. Os afluentes que deveriam estar sendo bombeados para uma estação de tratamento, são despejados nos mananciais que banham a zona urbana de Sobral.
Os riachos Mucambinho e Pajeú, afluentes do Rio Acaraú, viraram verdadeiros esgotos a céu aberto o que faz de Sobral uma das cidades que mais polui o Rio Acaraú dentre as dez que o rio corta. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sobral (Saae) foi denunciado no Ministério Público do Estado do Ceará por crime ambiental o que foi confirmado pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace) depois da Operação Curatio realizada nos dias 18 e 19 de julho de 2023.
O Sistema Paraíso tem acompanhado a situação de vazamentos de esgoto, através de denúncias de seguidores do sistema, feitas no canal Chama Paraíso. A vegetação às margens do Rio Acaraú oculta os despejo de dejetos pelas galerias de drenagens de água pluvial, mas o mau cheiro, o lixo e a má qualidade da água do rio denuncia o crime ambiental.
O problema, que existe há anos, piorou na atual administração pública que parece ignorar a situação precária das EEEs paralisadas.
O Portal Paraíso tentou contato com a assessoria de imprensa do Saae, mas não teve resposta.