Toffoli autoriza inquérito contra Moro por suposta fraude em delação

(FILES) In this file photo taken on October 02, 2019 Brazilian Justice Minister Sergio Moro (L) and Brazilian Supreme Court President Dias Toffoli speak during Brazil's Attorney General Augusto Aras (out of frame) inauguration ceremony in Brasilia. - The Lava Jato anti-corruption investigation became so popular that it inspired film and television series, but lately it has accumulated setbacks and its main "heroes" - the prosecutors and the current Minister of Justice Sergio Moro - are staggering on their pedestal. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
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Tony Garcia, empresário paranaense que fechou delação com Moro nos anos 2000, acusa o ex-juiz de tê-lo obrigado a cometer crimes.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou abertura de inquérito para investigar o senador Sergio Moro (União-PR) e procuradores do Paraná por supostas irregularidades em uma delação premiada fechada pela Justiça Federal paranaense ainda nos anos 2000, quando o parlamentar era juiz.

O inquérito tem como base denúncias e depoimentos do empresário paranaense Tony Garcia, que foi quem fechou a delação premiada com Moro na época e hoje diz que cometeu crimes a mando do ex-juiz, que o teria ordenado gravar autoridades com foro privilegiado.

Garcia foi réu, acusado de fraude no Consórcio Nacional Garibald, no qual era um dos sócios. Ele foi condenado e ficou preso 81 dias, em 2006. Nas acusações que faz agora, garante ter sido usado por Moro e pelos procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba para espionar e gravar outros investigados. Em julho do ano passado, o empresário divulgou nas redes sociais o áudio de uma suposta gravação de conversa com o ex-juiz, na qual os dois falam sobre a sentença que o então magistrado daria a ele.

O empresário fez a denúncia e prestou depoimentos para a Polícia Federal no ano passado. O material embasou o pedido da PGR pela abertura de um inquérito. Agora, com a autorização da abertura de inquérito, Moro e os demais citados terão a oportunidade de se defender.

“Bem examinados os autos, verifico, diante da manifestação da Procuradoria-Geral da República que reproduz também a representação formulada pela Polícia Federal, mostra-se necessária a instauração de inquérito neste Supremo Tribunal Federal para investigação sobre os fatos narrados, nos exatos termos em que pleiteados, na medida em que demonstrada a plausibilidade da investigação de condutas, em tese, tipificadas como crime”, escreveu Toffoli, na decisão.

O Senador Sérgio Moro nega qualquer irregularidade e sempre busca desqualificar as acusações de Tony Garcia, que classifica como perseguição. Veja nota divulgada nesta segunda-feira (15/1) pela assessoria do senador:

O senador informa que sua defesa não teve acesso aos autos e reafirma que não houve qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás. Nega, ademais, os fatos afirmados no fantasioso relato do criminoso Tony Garcia, a começar por sua afirmação de que “não cometeu crimes no Consórcio Garibaldi”.

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