Tecnologia da desinformação

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“No futuro, deve se tornar comum as pessoas não acreditarem em vídeos e imagens na internet”. O cenário descrito pelo cientista da computação Ian Goodfellow não está tão longe. A manipulação de conteúdo já pode ser presenciada e será um desafio para as eleições e, em última instância, para a própria democracia.
As chamadas “deepfakes” estão um passo à frente das fake news que já fazem parte da vida pública há algum tempo. Agora, a tecnologia permite que programas de computador acessíveis para o público geral simulem a voz e até a imagem de um candidato, por exemplo. As eleições municipais deste ano serão um teste tanto do potencial dessa ferramenta quanto da reação das instituições.
O desafio é punir quem porventura fizer uso ilícito da inteligência artificial, sem ferir a liberdade de expressão. A tecnologia caminha em um ritmo mais acelerado que as leis, por isso, quanto antes forem estabelecidas as regras do jogo, melhor.
Além do arcabouço legal, cabe aprimorar os equipamentos e o pessoal responsável pelo monitoramento dos conteúdos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara a regulamentação do uso da inteligência artificial nas eleições deste ano. Uma minuta foi divulgada e será debatida, no dia 25 deste mês, entre diversos setores da sociedade. Entre as regras está a obrigatoriedade de informar explicitamente a utilização de conteúdo fabricado ou manipulado em qualquer modalidade de propaganda eleitoral”.

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