A iniciativa é do Ministério da Saúde, que selecionou as regiões mais vulneráveis à transmissão do vírus

A partir de fevereiro, mais de 500 municípios brasileiros vão receber a vacina contra a dengue, uma doença que afeta milhões de pessoas no país todos os anos. A iniciativa é do Ministério da Saúde, que selecionou as regiões mais vulneráveis à transmissão do vírus.

A vacina, chamada Qdenga, é produzida pelo laboratório Takeda e foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) em dezembro de 2020. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.

Quem pode se vacinar?

A vacina é indicada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que são os mais afetados pela dengue. Segundo o Ministério da Saúde, esse grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações por dengue entre janeiro de 2019 e novembro de 2023. A vacina não é recomendada para idosos, que têm maior risco de efeitos adversos.

Como será a vacinação?

A vacinação será feita em duas doses, com intervalo de três meses entre elas. O Ministério da Saúde informou que recebeu a primeira remessa de 757 mil doses no último sábado e espera receber mais 568 mil doses em fevereiro. A pasta também adquiriu 5,2 milhões de doses para 2024 e 9 milhões de doses para 2025.

Quais são os municípios selecionados?

Os municípios selecionados para a vacinação contra a dengue fazem parte de 37 regiões de saúde que são consideradas endêmicas para a doença. Eles atendem a três critérios: têm mais de 100 mil habitantes, registraram alta transmissão de dengue no período 2023-2024 e têm maior predominância do sorotipo DENV-2, que é o mais grave.

A lista completa dos municípios pode ser consultada no site do Ministério da Saúde. Entre eles, estão cidades de 16 estados e do Distrito Federal, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, entre outras.

Por que a vacina é importante?

A vacina contra a dengue é uma ferramenta importante para prevenir e controlar a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A dengue pode causar febre, dor de cabeça, dor no corpo, sangramento e até morte. Em 2023, o Brasil registrou mais de 1,5 milhão de casos e 1.200 óbitos por dengue, segundo o Ministério da Saúde.

A vacina Qdenga tem eficácia de 66% contra os quatro sorotipos da dengue e de 93% contra os casos graves. Ela também reduz em 80% as hospitalizações pela doença. A vacina é segura e bem tolerada, com poucos efeitos colaterais, como dor e vermelhidão no local da aplicação.

O Ministério da Saúde ressaltou que a vacinação contra a dengue não substitui as medidas de prevenção, como eliminar os criadouros do mosquito, usar repelente e procurar atendimento médico em caso de sintomas. A pasta também lembrou que a vacina não protege contra outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika, chikungunya e febre amarela.