Prévia da inflação desacelera em janeiro, mas alimentos e bebidas pressionam

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O resultado é menor que o de dezembro, quando o indicador registrou 0,40%

A prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,31% em janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é menor que o de dezembro, quando o indicador registrou 0,40%, mas ainda reflete a pressão dos preços de alimentos e bebidas, que subiram 1,53% no mês.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 atingiu 4,47%, abaixo dos 4,72% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2023, o IPCA-15 havia ficado em 0,55%.

O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação oficial, que é calculada pelo IPCA e tem como período de coleta de preços do dia 1º ao dia 30 do mês de referência. O IPCA-15, por sua vez, tem como período de coleta de preços do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em janeiro. O maior impacto veio de alimentação e bebidas, que contribuiu com 0,32 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. Dentro desse grupo, o destaque foi a batata-inglesa, que disparou 25,95% e teve o maior impacto individual no mês, de 0,05 p.p.

Outros alimentos que ficaram mais caros foram o tomate (11,19%), o arroz (5,85%), as frutas (5,45%) e as carnes (0,94%). Por outro lado, a alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,53% em dezembro para 0,24% em janeiro, com quedas na refeição (-0,14%) e no lanche (-0,34%).

O grupo transportes teve a maior queda em janeiro, de 1,13%, e foi o que mais contribuiu para segurar a inflação, com um impacto negativo de 0,24 p.p. A principal influência foi a passagem aérea, que recuou 15,24% e teve o maior impacto individual negativo no mês, de -0,16 p.p.

Os combustíveis também ficaram mais baratos, com destaque para o etanol (-2,23%), o óleo diesel (-1,72%) e a gasolina (-0,43%). O gás veicular foi o único que subiu, com alta de 2,34%. O subitem táxi teve aumento de 0,69%, devido aos reajustes de 4,21% no Rio de Janeiro e de 4,61% em Salvador.

Outra queda expressiva foi a do ônibus urbano, que variou -3,81%, influenciado pelo reajuste de 16,67% em Belo Horizonte e pela redução de 21,88% em São Paulo, onde houve a aplicação de gratuidade nas tarifas aos domingos e em algumas datas comemorativas. Em São Paulo, também houve reajuste de 13,64% nas tarifas de trem e metrô, o que fez a integração transporte público cair 11,56%.

O grupo saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,56%, com destaque para o plano de saúde (0,77%) e os itens de higiene pessoal (0,58%). Entre esses itens, os que mais subiram foram o desodorante (1,57%), o produto para pele (1,13%) e o perfume (0,65%).

O grupo habitação teve elevação de 0,33%, apesar da queda de 0,14% na energia elétrica residencial, que refletiu as alterações nas alíquotas de ICMS em Recife, Fortaleza e Salvador, e o reajuste residual em Porto Alegre. A taxa de água e esgoto subiu 0,56%, devido aos reajustes tarifários em Belém, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Os demais grupos que tiveram alta em janeiro foram: artigos de residência (0,28%), vestuário (0,17%), comunicação (0,06%) e educação (0,02%). O IPCA-15 de janeiro foi calculado com base nos preços coletados entre 16 de dezembro de 2023 e 15 de janeiro de 2024.

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