O Ceará faccionado
O crescente número de assassinatos em Sobral é a prova de que, verdadeiramente, estamos dominados pelo quarto poder que, há tempos, vem sendo comandado pelas facções, que avolumam, se organizam e deixam os outros poderes à mercê de suas ações.
A história mais recente da criminalidade no Ceará coincide com a safra de governos fracos, que se renderam ou se tornaram amigos das organizações criminosas, para as quais abriram as portas do Estado e facilitaram suas atividades ilícitas com o enfraquecimento das polícias e a indiferença da justiça.
Houve tempos em que o Ceará era um estado pacato, no qual os moradores gozavam de privilégios, tais como andar pelas ruas a qualquer hora; sentar nas praças e conversar com os amigos; visitar parentes em outras comunidades; visitar o comércio, ir às igrejas, supermercados e outros pontos, sem serem importunados pela malandragem. Com a implantação da atual dinastia, a bandidagem trocou de lugar com a cidadania, enquanto as autoridades governamentais tiravam as polícias do caminho da criminalidade.
O Brasil das facções, das corrupções e dos falsos governantes, está marchando para um destino trágico, uma vez que já não há meios ou boa vontade de combater o crime organizado, isto porque nele existem muitos eleitores e patrocinadores de campanhas. É notória a relação de amizade entre a classe política, que não deixa de ser também uma facção imprestável e perigosa como todas as demais. Finalmente os ratos venceram os gatos.