Petrobras lança projeto para reduzir emissões de CO2

Foto: Divulgação/Petrobras
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A novidade é que a separação entre o óleo e o gás carbônico será feita no fundo do mar

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (20) um novo projeto que visa diminuir o impacto ambiental da atividade petrolífera, ao reinjetar no subsolo o dióxido de carbono (CO2) que é extraído junto com o óleo. A novidade é que a separação entre o óleo e o gás carbônico será feita no fundo do mar, por meio de equipamentos submarinos, e não na plataforma, como é feito atualmente.

O projeto, chamado de Hisep, está em fase de pesquisa desde 2014 e deve entrar em operação piloto em meados de 2028, no pré-sal do campo de Mero, na Bacia de Santos. O investimento total previsto é de US$ 1,7 bilhão.

Segundo a Petrobras, o Hisep pode aumentar o percentual de reinjeção de CO2 de 45% para 70%, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O CO2 é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global e pela mudança climática.

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que o projeto é fundamental para a transição energética, pois permite utilizar o petróleo e o gás de forma mais sustentável, enquanto outras fontes de energia renováveis não são suficientes para atender à demanda.

“Descarbonizar a atividade do petróleo é fundamental para a transição energética, porque faz com que a gente consiga, ainda por necessidade, utilizar hidrocarbonetos, petróleo e gás, no nosso dia a dia – por um bom tempo, vamos ter que fazê-lo – só que com um impacto mitigado”, disse Prates.

Ele também ressaltou que a Petrobras vem buscando fazer uma transição energética de forma responsável, ao mesmo tempo em que lida com pressões divergentes em relação ao ritmo dessas mudanças. Ele explicou que alguns setores da sociedade exigem mais rapidez no processo, enquanto outros demandam mais lentidão.

O diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, destacou que o projeto Hisep também pode trazer benefícios econômicos para a empresa, ao reduzir os custos operacionais e ampliar o potencial de exploração de campos com alto teor de CO2.

“Boa parte da planta de processo [na plataforma de petróleo], cerca de 65%, é dedicada à separação e à injeção de gás. Quando eu uso o HISEP, eu passo essa operação lá para baixo [fundo do mar]. Com uma redução de 65% no peso e espaço [da plataforma], a gente espera uma redução de custo significativa”, afirmou Travassos.

Ele acrescentou que, com o Hisep, será possível extrair petróleo de campos que hoje não são economicamente viáveis, devido ao alto teor de CO2 do reservatório. Além disso, o projeto pode reduzir a exposição de funcionários ao risco, já que retira o processo da planta da plataforma.

O Hisep é uma das iniciativas da Petrobras para cumprir suas metas de sustentabilidade, que incluem reduzir em 25% a intensidade de emissões de CO2 até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A empresa também investe em fontes de energia renováveis, como eólica, solar e biocombustíveis.

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