BNDES reduz custos para exportadores e amplia apoio ao setor produtivo

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O banco reduziu em até 60% a sua remuneração (spread) em operações da linha BNDES Exim Pré-embarque

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira (22) uma medida que visa estimular as exportações brasileiras e fortalecer a indústria nacional. O banco reduziu em até 60% a sua remuneração (spread) em operações da linha BNDES Exim Pré-embarque, que financia a produção de bens destinados à exportação. A medida vale para operações de até R$ 150 milhões e tem um orçamento adicional de R$ 2 bilhões.

A iniciativa faz parte do Plano Mais Produção, lançado pelo governo federal em janeiro, que tem como objetivo aumentar a competitividade e a inovação das empresas brasileiras, gerando emprego e renda no país. O plano prevê ações em áreas como infraestrutura, energia, tecnologia, crédito, tributação e comércio exterior.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, a redução do spread do BNDES Exim Pré-embarque é uma forma de apoiar os exportadores brasileiros, que enfrentam um cenário de alta do dólar e de concorrência internacional. “Queremos incentivar as empresas a produzirem mais e melhor, a agregarem valor aos seus produtos e a conquistarem novos mercados. Isso é fundamental para o desenvolvimento da indústria brasileira e para a recuperação da economia”, afirmou Gordon.

O spread é um dos componentes da taxa de juros dos financiamentos, que se soma ao custo financeiro da operação e, no caso de operações indiretas, às taxas dos agentes financeiros. Com a redução, o spread do BNDES nas operações de até R$ 150 milhões será de 0,50% ao ano para a exportação de máquinas eficientes, de 0,60% ao ano para máquinas 4.0 e bens de baixa emissão de carbono ou mobilidade em baixo carbono, e de 0,80% ao ano para demais produtos. Nas operações que excederem esse valor, o spread será de 0,90% ao ano para máquinas eficientes e de 1,30% ao ano para os demais bens.

O BNDES Exim Pré-embarque é uma linha de crédito que apoia empresas brasileiras na produção de bens destinados à exportação. Os recursos são recebidos pelo cliente no Brasil, vinculados ao compromisso de comprovar a exportação dos produtos posteriormente. A amortização do financiamento é feita diretamente com o agente financeiro repassador ou com o próprio BNDES.

O banco divulgou também que encerrou o ano de 2023 com R$ 13,5 bilhões em operações aprovadas de apoio à exportação, alta de 176% em relação a 2022. Os desembolsos somaram R$ 8,7 bilhões, com expansão de 168% na comparação com o ano anterior. Esses números refletem a retomada do papel do banco no financiamento às exportações de empresas brasileiras, contribuindo para sua competitividade e inserção internacional.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o banco voltou a apoiar de forma estruturada as exportações das empresas brasileiras, permitindo que produtos os mais variados cheguem ao mercado internacional em condições competitivas. “O BNDES é um parceiro estratégico do setor produtivo e do comércio exterior brasileiro. Estamos trabalhando para oferecer soluções financeiras adequadas às necessidades das empresas, com taxas atrativas, prazos alongados e garantias facilitadas”, disse Mercadante.

Mercadante ressaltou ainda que ampliar o comércio exterior brasileiro, sobretudo de itens de maior valor agregado, é prioridade da nova política industrial do governo do presidente Lula e um passo fundamental para o desenvolvimento das empresas brasileiras. “O Brasil tem um enorme potencial exportador, que precisa ser explorado. Temos produtos de qualidade, tecnologia, sustentabilidade e diversidade. Queremos que o mundo conheça e consuma o que o Brasil produz”, afirmou Mercadante.

Na linha BNDES Exim Pré-embarque, em que o banco financia a produção de bens de empresas brasileiras destinados à exportação, o valor aprovado em 2023 foi de R$ 4,5 bilhões. Foram aprovadas no ano passado 55 operações, contra 35 nos quatro anos anteriores, compreendidos entre 2019 e 2022. Na mesma linha, foram desembolsados no ano passado R$ 5,9 bilhões, valor 79% superior ao dos quatro anos anteriores.

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