Americanas avalia fechamento de mais 80 lojas e novos cortes de funcionários
Empresa analisa possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal; quadro de funcionários passou de 43.167 para 32.688 no último ano.
A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.
“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.
A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.
No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.
Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.
Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”