Um quarto da população de Gaza está a um passo da fome, diz ONU
Pelo menos 576 mil pessoas na Faixa de Gaza — um quarto da população — estão a um passo da fome, disse uma autoridade sênior de auxílio humanitário da ONU ao Conselho de Segurança, nesta terça-feira, alertando que a fome generalizada pode ser “quase inevitável” se nada for feito.
“Muito pouco será possível enquanto as hostilidades continuarem e enquanto houver risco que elas se espalhem em áreas superlotadas no sul de Gaza. Nós, portanto, reiteramos nosso apelo por um cessar-fogo”, disse Ramesh Rajasingham, diretor-coordenador do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Uma em cada seis crianças com menos de dois anos no norte de Gaza sofre de desnutrição aguda e definhamento. Praticamente todas as 2,3 milhões de pessoas do enclave palestino dependem de auxílio alimentar “lamentavelmente inadequado” para sobreviver, disse ele ao Conselho de Segurança, composto por 15 membros.
Rajasingham disse que a ONU e grupos de auxílio humanitário enfrentam “enormes obstáculos apenas para levar um mínimo de suprimentos para Gaza”.
Israel está empenhado em melhorar a situação humanitária em Gaza, disse o vice-embaixador israelense na ONU, Jonathan Miller, acrescentando que as limitações à quantidade e ao ritmo da ajuda dependem da capacidade da ONU e de outras agências.
“Israel tem sido claro nas suas políticas. Não há absolutamente nenhum limite, e repito, não há nenhum limite para a quantidade de ajuda humanitária que pode ser enviada para a população civil de Gaza“, disse Miller ao Conselho de Segurança.
Os EUA incentivaram Israel para manter as passagens de fronteiras abertas para entregas de auxílio humanitário para Gaza e que facilite a abertura de mais passagens, disse o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao Conselho de Segurança.
“Simplificando, Israel precisa fazer mais”, afirmou. “Continuamos pedindo que Israel melhore procedimentos de desconflitualização para garantir que o auxílio possa se mover de maneira segura.”
Fonte- CNN