Políticas de prevenção e tratamento da obesidade precisam de atenção
Os deputados debateram o tema em celebração do Dia Mundial da Obesidade, comemorado dia 4 de março
O Brasil precisa aprofundar as políticas públicas de prevenção e tratamento da obesidade, principalmente entre crianças e adolescentes. Os deputados e especialistas fizeram o alerta, em sessão solene para lembrar o Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março, uma data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os deputados Flávia Morais (PDT-GO), Dr. Zacharias Calil (União-GO), Laura Carneiro (PSD-RJ) e Sargento Portugal (Podemos-RJ) pediram a realização do debate. A deputada Flávia Morais destacou que a obesidade e o sobrepeso podem atingir 50% das crianças e adolescentes brasileiros em 2035 se medidas não forem adotadas, conforme informações do Atlas Mundial da Obesidade de 2024, divulgado em março pela Federação Mundial de Obesidade.
Morais enfatizou a urgência da discussão sobre o assunto pela sociedade. “Precisamos conter esse crescimento. É necessário que o país reforce as ações de prevenção à obesidade e promoção da saúde, mas também que garanta os direitos dessas crianças”, disse a deputada.
O deputado Dr. Zacharias Calil defendeu a promoção de hábitos saudáveis como forma de combater a obesidade infantil. “Qualquer supermercado, a hora que a gente vai no caixa, sabemos ali que as guloseimas estão todas ao nível da altura das crianças. Então, é muito importante a gente ter essa preocupação”, afirmou Calil.
O deputado Sargento Portugal propôs a ampliação do debate sobre o assunto na Câmara. “Algumas pautas passam em branco na Casa. Precisamos ampliar o debate para todos, para que cada vez mais consigamos atingir pessoas”, disse.
Especialistas convidados para a sessão solene alertaram para a necessidade de descontruir o estigma sobre a obesidade. O presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Bruno Halpern, afirmou que as pessoas ainda tendem a ver a doença como “um problema pessoal”. “Enquanto vermos a obesidade como uma questão que cada um vai ter que resolver sozinho, os números só vão continuar crescendo”, disse Halpern, que pediu políticas específicas para combater e prevenir a obesidade, como taxação diferencial de alimentos ultraprocessados.
Já o representante do Painel Brasileiro da Obesidade, Luis Fernando Villaça Meyer, lamentou a falta de informações sobre a doença mesmo entre os médicos. “A obesidade não está presente em boa parte dos currículos dos cursos de saúde”, afirmou.