Relatório revela desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil
O relatório é baseado em dados enviados por 49.587 estabelecimentos com 100 ou mais empregados
Nesta segunda-feira (25), os ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres divulgaram o 1º Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. O estudo revela que as mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens, uma disparidade que aumenta para 25,2% em cargos de dirigentes e gerentes.
O relatório é baseado em dados enviados por 49.587 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. A maioria dessas empresas (73%) têm 10 anos ou mais de existência e, juntas, empregam quase 17,7 milhões de pessoas.
O estudo também destaca a desigualdade racial no mercado de trabalho. As mulheres negras, que representam 16,9% do total de vínculos empregatícios, são as que enfrentam a maior desigualdade salarial. O salário mediano de contratação das mulheres negras (R$ 1.566) corresponde a 82% da média (R$ 1.901), enquanto o dos homens não negros era 19% superior à média. A remuneração média das mulheres negras (R$ 3.041) equivale a 68% da média (R$ 4.472). Em contraste, o salário dos homens não negros (R$ 5.718) era 27,9% maior que o valor médio.
O relatório também revela que apenas 32,6% das empresas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres. Esse número diminui quando consideramos grupos específicos de mulheres: negras (26,4%); mulheres com deficiência (23,3%); LGBTQIAP+ (20,6%); mulheres chefes de família (22,4%); mulheres vítimas de violência (5,4%). No entanto, 38,3% das empresas declararam que adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência.
Esses dados atendem à lei de igualdade salarial, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2023, que exige o envio de informações sobre remuneração. O relatório destaca a necessidade contínua de políticas eficazes para combater a desigualdade de gênero e racial no mercado de trabalho.