Greve nacional dos servidores federais da educação começa na quarta-feira
Os servidores reivindicam uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria
A partir de quarta-feira (3), servidores federais da área de educação iniciarão uma greve nacional por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a greve contará com a adesão de mais de 230 unidades de ensino em pelo menos 18 unidades federativas.
David Lobão, coordenador geral do Sinasefe, informa que a greve abrangerá professores e funcionários técnico-administrativos dos Institutos federais de mais de 600 campi; Colégio Pedro II; Instituto Nacional de Educação de Surdos; Instituto Benjamin Constant; bem como colégios e escolas federais vinculadas ao Ministério da Defesa.
Os servidores reivindicam uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria. Além disso, pedem a reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”; a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
A greve foi aprovada durante rodadas de assembleias realizadas desde o dia 18 de março em 29 seções sindicais. No dia 28 de março, um documento foi protocolado junto aos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação, bem como ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), informando que a greve será nacional e por tempo indeterminado.
Em resposta, o Ministério da Gestão informou que, em 2023, viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, um reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação. A pasta destacou que esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos e que, no segundo semestre de 2023, iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024.
Como parte desse processo, foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras. No caso específico da carreira de técnicos-administrativos educacionais, dois ministérios (o da Gestão e o da Educação) criaram um grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano para cargos técnico-administrativos em educação. No dia 27 de março, o relatório final do grupo foi entregue à ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, para servir de “insumo” para a proposta de reestruturação de carreira que será apresentada na mesa de negociação.