Ministro da Defesa busca apoio orçamentário para as Forças Armadas
Ele destacou que o mundo está mudando, com muitos países aumentando suas capacidades militares e áreas de conflito emergindo
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, em um debate na Câmara dos Deputados na quarta-feira (17), pediu aos membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional que atuassem para melhorar o orçamento das Forças Armadas. Ele destacou que o mundo está mudando, com muitos países aumentando suas capacidades militares e áreas de conflito emergindo.
Múcio observou que o Brasil atualmente gasta 1,1% do PIB em defesa, enquanto a média mundial é de 2,3%. Ele mencionou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/23, atualmente em análise no Senado, que garantiria pelo menos 2% do PIB para a defesa. No Programa de Aceleração do Crescimento, estão previstos R$ 52,8 bilhões para a defesa até o final de 2030, mas isso precisa ser confirmado nos orçamentos anuais.
O almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, ressaltou que o Brasil é a nona economia do mundo, mas ocupa apenas o 25º lugar em defesa marítima. Ele expressou surpresa ao ver a Rússia, a 11ª economia do mundo, sustentando um conflito por dois anos e meio e mantendo todos os seus programas estratégicos.
O general Tomás Paiva, comandante do Exército, destacou que o Brasil não possui defesas para alturas de 3 a 15 mil metros acima do solo. Ele mencionou que estão sendo feitos esforços para minimizar essa lacuna, mas a demanda mundial por equipamentos militares está muito alta.
O tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Força Aérea, afirmou que o Brasil está buscando a compra de drones para uso militar, mas também está preocupado em ter sistemas que possam combater esse tipo de armamento.
O ministro José Múcio enfatizou a necessidade de reverter a queda de 48% no orçamento da Defesa após o governo de Dilma Rousseff. Ele expressou preocupação com a falta de previsibilidade orçamentária e a dependência da responsabilidade de quem elabora o orçamento.
Após os comandantes falarem sobre as ações sociais em que as forças atuam, alguns deputados, como Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), contestaram os gastos que não são da área de defesa. O tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno respondeu que, geralmente, os gastos sociais são custeados pelo ministério correspondente.
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) criticou o que chamou de “falta de solidariedade” das Forças Armadas com os oficiais que estão sendo investigados e presos. O comandante do Exército, Tomás Paiva, respondeu que as Forças não podem ir contra decisões judiciais e que as prisões de oficiais são legais.