A farsa que não prevalece
Em entrevista a uma emissora local, o prefeito de Sobral, ao ser questionado quanto à modalidade da cobrança da taxa do lixo, atribuiu a criação da mesma ao governo Bolsonaro, na tentativa de se desfazer de sua culpa e da fama de cobrador de impostos, multas e taxas, o que é na verdade uma parte da herança de família.
Não se pode negar a existência, nem tampouco o histórico do marco do saneamento, criado com o propósito de possibilitar que um maior número ou à totalidade dos municípios brasileiros pudesse receber os benefícios do saneamento básico, dentro do qual se inclui o fim dos lixões existentes em todas as cidades, e que são demasiadamente impróprios à saúde pública.
O prefeito conhece todas as técnicas de transferência de culpas próprias para os adversários políticos. Essa artimanha, muito embora esteja fora de moda, ainda é bastante usada pelos políticos velhacos, que não assumem seus erros, principalmente em anos de eleições, na tentativa de continuar sustentando esquemas antipáticos e impopulares. Felizmente o povo de Sobral parece ter aprendido a separar escorpiões de cobras e a se defender de suas picadas mortais. Assim sendo, a encenação do gestor não prevaleceu sobre a angústia dos condenados a pagar o que não tem para quem não deve.
Editorial 01/05/2024