Aumento de internações e mortes por influenza e vírus sincicial respiratório, preocupa
Entre os idosos, o número de mortes por SRAG continua elevado, com predomínio da covid-19
O Brasil está enfrentando um aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente devido a infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Influenza, de acordo com a nova edição do Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na última quinta-feira (2).
A maior circulação do VSR tem resultado em um aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG em crianças de até 2 anos de idade. Outros vírus respiratórios que mantêm alta incidência na população infantil são Sars-CoV-2 (covid-19) e rinovírus. Entre os idosos, o número de mortes por SRAG continua elevado, com predomínio da covid-19.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os principais casos de resultado positivo para vírus respiratórios foram:
- 58,0% para vírus sincicial
- 7,9% para Sars-CoV-2 (covid-19)
- 24,3% para Influenza A
- 0,4% para Influenza B
Em relação às mortes nas quatro últimas semanas, os principais responsáveis foram:
- 46,4% para Sars-CoV-2 (covid-19)
- 38,0% para Influenza A
- 11,6% para vírus sincicial respiratório
- 1,1% para Influenza B
Quando se considera os casos positivos do ano corrente, os números são:
- 35,8% de vírus sincicial respiratório (VSR)
- 35,0% de Sars-CoV-2 (covid-19)
- 16,3% são de Influenza A
- 0,3% de Influenza B
Diante desse quadro epidemiológico, a vacinação é fundamental, destaca Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe. Ele reforça a importância da vacinação contra a influenza, que está com campanha aberta, ampliada nacionalmente pelo Ministério da Saúde para todas as faixas etárias.
No entanto, como a influenza não é o único vírus respiratório em grande circulação, a vacina da gripe não resolverá todos os problemas. Ela ajudará a diminuir as internações especificamente associadas ao vírus. Por isso, o uso de boas máscaras também é extremamente fundamental, especialmente para quem estiver indo para uma unidade de saúde e para pessoas com sintomas de infecção respiratória.
Marcelo Gomes também reforça a importância do uso de boas máscaras (N95, KN95 e PFF2) para quem apresenta sintomas de resfriado. Elas ajudam a diminuir o risco de transmissão para outras pessoas. Ele aconselha: “Faça repouso, faça o isolamento, porque isso também vai ajudar não só na sua própria recuperação, como também diminuir a exposição do restante da população”.