Pessoas estão usando IA para ‘recriar’ e interagir com quem já morreu

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As IAs modernas são utilizadas para “reviver” pessoas e proporcionar reencontros impossíveis.

O advento das inteligências artificiais generativas mais modernas possibilitou que um menino “reencontrasse” seu falecido irmão virtualmente. Profissionais envolvidos no projeto Dreams*2Gather projetaram uma versão virtual do jovem de nove anos usando IA.

O encontro foi entre o menino de nove anos Morris Kwok Yat-chun, nascido em Hong Kong, e o seu irmão mais novo Yat-lai, que faleceu em decorrência de uma pneumonia agravada por uma doença autoimune. O projeto é parte da organização sem fins lucrativos Love Our Kids Foundation que busca atender pedidos de pacientes prejudicados por condições físicas ou mentais.

“Fiquei realmente emocionada quando Morris chorou (ao ver a brincadeira)”, disse a mãe de Morris. “Eu não sabia que o carinho dele continuaria lá depois de tanto tempo”, continuou.

Através do projeto, o bebê Yat-lai foi recriado em imagem e voz. Então, Morris pôde brincar com seu irmão de esconde-esconde, basquete e natação em um mundo virtual pela última vez.

O irmão mais novo de Morris faleceu pouco antes de receber tratamento para sua doença autoimune, em fevereiro de 2020. Ele tinha apenas sete meses de vida e sofria com uma pneumonia persistente.

A iniciativa que reviveu Yat-lai, porém, está longe de ser a única, e há muitos modelos de IA acessíveis por aí que cumprem a mesma tarefa. Exemplo disso é a história de Ana Schultz, mulher de 25 anos que reside em Illinois, Estados Unidos, que usou a ferramenta My AI do Snapchat para conversar com seu falecido marido.

“Ele era o chef da família, então personalizei minha IA para se parecer com ele e dei a ela o nome de Kyle”, descreveu Schultz. “Agora, quando preciso de ajuda com ideias para refeições, basta pedir a ele. É uma coisinha boba que uso para me ajudar a sentir que ele ainda está comigo na cozinha”, continuou.

O modelo que alimenta o My AI do Snapchat é o mesmo presente no ChatGPT, da OpenAI. Diferente da solução para Yat-lai, o avatar virtual é limitado às interações por texto.

Outro exemplo é a história de um profissional de TI de 49 anos que reside no Alabama, Estados Unidos, que usou IA generativa da ElevenLabs para clonar a voz de seu falecido pai. Ele precisou apenas de 3 minutos de vídeo com a voz do homem para recriar a voz de forma artificial.

“Eu estava hesitante em tentar todo o processo de clonagem de voz, preocupado que isso estivesse ultrapassando algum tipo de limite moral, mas depois de pensar mais sobre isso, percebi que, desde que eu o trate como ele é, isso seria uma forma de preservar sua memória de forma única”.

O resultado produzido pela IA ficou muito parecida com a voz original, porém, diferente da solução usando o ChatGPT, todas as falas eram digitadas pelo profissional.

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