Mina de Itataia recebe a primeira licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear

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A mina de Santa Quitéria, situada na Fazenda Itataia, alcançou um marco significativo na sexta-feira (24), ao receber a primeira licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). Este passo pode posicionar o Brasil como um exportador de urânio, um mineral crucial para a produção de combustível para usinas nucleares.

Embora a licença concedida não garanta o início imediato da produção – pois são necessárias três no total – ela representa um avanço importante para o projeto, que vem sendo discutido há mais de uma década. Para impulsionar a produção de energia nuclear, a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) firmou uma parceria com a Galvani, que ficará responsável pelo fosfato encontrado na jazida.

Os sócios preveem que a produção da mina possa atingir 2,3 mil toneladas de urânio e um milhão de toneladas de fosfato por ano. O volume de urânio é mais de 20 vezes superior à produção nacional atual. O fosfato, por sua vez, é matéria-prima para fertilizantes, produto do qual o Brasil é fortemente dependente de importações.

No entanto, o projeto da mina de Santa Quitéria tem sido alvo de questionamentos por parte de pesquisadores e representantes das comunidades locais, que apontam potenciais riscos catastróficos para o meio ambiente e a vida da população.

Em dezembro de 2022, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não foi aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que solicitou informações complementares, indicando que os dados apresentados eram insuficientes em alguns pontos, como a sustentabilidade ambiental do empreendimento e a invisibilidade de populações e comunidades tradicionais da região.

A principal preocupação é que a radiação em Santa Quitéria, que já é considerada acima da média em alguns locais devido à presença do minério, aumente para níveis problemáticos. O projeto também prevê um grande uso de água em uma região já marcada pela seca.

Moradores e ativistas temem que isso restrinja o acesso da população à água. Em resposta, os empreendedores afirmam que não há riscos e que o projeto é seguro. No entanto, a controvérsia persiste, e o futuro da mina de Santa Quitéria permanece incerto.

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