População em situação de rua deve aumentar no RS após tragédias

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Compartilhe

Dos três abrigos da capital, apenas dois continuam operando

Poucos dias antes das enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, outra tragédia já havia abalado o estado, especificamente em Porto Alegre. Um incêndio de grandes proporções na Pousada Garoa, no centro da cidade, que abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social, deixou dez mortos e pelo menos cinco feridos. A maioria dos hóspedes tinha sua estadia custeada por um programa de assistência social da prefeitura, e o caso está sob investigação das autoridades. O incêndio gerou uma discussão sobre as condições oferecidas pelo poder público a essa população.

A catástrofe foi seguida pelas inundações, prejudicando ainda mais o sistema de proteção social na capital. Das três unidades do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) em Porto Alegre, duas fecharam devido à enchente, restando apenas uma em funcionamento. Dos três abrigos da capital, apenas dois continuam operando. Com o incêndio na Pousada Garoa e as enchentes, as vagas em pousadas também diminuíram.

Segundo o último censo da prefeitura, havia cerca de 4,8 mil pessoas em situação de rua na capital. No entanto, diante do cenário atual do sistema de assistência social, espera-se um aumento dessa população na cidade.

“Os viadutos da cidade estão lotados de pessoas em situação de rua. A prefeitura precisa organizar rapidamente os serviços para dar conta da proteção social das pessoas, tanto mais abrigos como um aumento da rede socioassistencial. O que a gente já tinha estava estrangulado, e agora, com essa enchente, fica mais inviável o atendimento a essa população”, aponta Sibeli da Silva Diefenthaeler, assistente social da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). A Fasc, responsável pela política de assistência social no município, atua por meio de uma rede socioassistencial própria e com organizações parceiras.

Com a situação crítica, a necessidade de reorganização e ampliação dos serviços de assistência social em Porto Alegre é urgente para atender a crescente demanda e garantir a proteção social dessa população vulnerável.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content