O incidente ocorreu na véspera de Natal em 2022

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que parte da investigação sobre a tentativa de explosão de um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília será conduzida pela Suprema Corte. O incidente ocorreu na véspera de Natal em 2022.

A decisão de Moraes, assinada na quarta-feira (29), atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e considera que o atentado pode ter ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro, também sob investigação no STF. Com isso, o processo deixará de tramitar na Justiça do Distrito Federal, e a Polícia Federal (PF) terá um prazo de 30 dias para realizar as diligências necessárias.

No ano passado, os três envolvidos na tentativa de explosão foram condenados. O empresário George Washington de Oliveira Sousa recebeu uma pena de nove anos e quatro meses de prisão. Alan Diego dos Santos Rodrigues foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão. Wellington Macedo de Souza, o terceiro envolvido, foi sentenciado a seis anos de prisão, acusado de expor a integridade física da população mediante o uso de explosivos.

Além das condenações criminais, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na Justiça para cobrar R$ 15 milhões dos acusados. O órgão argumenta que os envolvidos colocaram em risco a vida e o patrimônio de terceiros e tentaram causar comoção social para justificar a decretação de intervenção militar, com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para 1º de janeiro de 2023.

A transferência da investigação para o STF reflete a gravidade do caso e sua possível conexão com eventos de maior escala, como os atos golpistas de janeiro. A decisão de Alexandre de Moraes visa assegurar que todas as circunstâncias e implicações do atentado sejam minuciosamente examinadas no contexto das ameaças à ordem democrática.