Ministério da Saúde alerta para aumento de coqueluche no país

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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E nota o MS solicita que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica

Em meio a surtos de coqueluche na Ásia e Europa, o Ministério da Saúde do Brasil emitiu uma nota técnica recomendando a ampliação e intensificação da vacinação contra a doença no país. A nota solicita que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica. A vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que protege contra difteria, tétano e coqueluche, deve agora ser aplicada a profissionais da saúde em serviços públicos e privados, especialmente aqueles que atuam em ginecologia, obstetrícia, parto, pós-parto, UTIs neonatais, berçários e pediatria. Além disso, doulas e trabalhadores de berçários e creches também devem ser imunizados.

A vacinação deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Indivíduos com esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última dose tenha sido há menos de dez anos. Aqueles com menos de três doses administradas devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.

A nota técnica destaca um aumento de casos de coqueluche em 17 países da União Europeia, com 25.130 casos registrados de janeiro a dezembro de 2023, e 32.037 casos de janeiro a março de 2024. A China relatou 32.380 casos e 13 óbitos até fevereiro de 2024. Na Bolívia, foram confirmados 693 casos e oito óbitos de janeiro a agosto de 2023, a maioria em menores de cinco anos.

No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, com 8.614 casos confirmados. De 2015 a 2019, os casos variaram entre 3.110 e 1.562, com uma redução significativa a partir de 2020 devido à pandemia de covid-19 e ao isolamento social. No entanto, nas primeiras 14 semanas de 2024, foram confirmados 31 casos.

O Ministério da Saúde alerta que o aumento de casos em outros países pode indicar uma situação semelhante no Brasil, devido à queda na cobertura vacinal em menores de um ano e falhas na vigilância e diagnóstico da doença desde 2016. Entre 2019 e 2023, todas as 27 unidades federativas notificaram casos de coqueluche, com Pernambuco liderando (776 casos), seguido por Minas Gerais (253), São Paulo (300), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No mesmo período, foram registradas 12 mortes, 11 em 2019 e uma em 2020.

Os dados do Ministério mostram que, entre 2016 e 2023, as coberturas vacinais contra a coqueluche ficaram abaixo dos 95% recomendados pela OMS, acumulando susceptíveis. Entre os casos confirmados de 2019 a 2023, 31,9% estavam com situação vacinal ignorada ou “em branco”; 1,6% tinham dados não válidos; 11,2% eram menores de dois meses, abaixo da idade para a primeira dose da vacina; 20,9% não eram vacinados; 23,3% haviam recebido uma dose; 11,8% receberam duas doses; e 18,1% receberam três doses, mas não o reforço.

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