Endividamento familiar no Brasil atinge maior marca em 18 meses

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Em comparação com o mês anterior, a taxa de endividamento subiu de 78,5% para 78,8%, e está acima dos 78,3% registrados em maio de 2023

O Brasil registra um novo recorde no endividamento familiar, com 78,8% das famílias brasileiras endividadas em maio de 2024, o maior nível desde novembro de 2022. Este aumento marca o terceiro mês consecutivo de crescimento, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Em comparação com o mês anterior, a taxa de endividamento subiu de 78,5% para 78,8%, e está acima dos 78,3% registrados em maio de 2023. A pesquisa da CNC inclui todos os tipos de dívidas, incluindo aquelas que não estão em atraso, como compras parceladas no cartão de crédito e financiamentos.

A queda contínua da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 10,50%, após ter sido reduzida de 13,75% para 13,25% em agosto do ano passado, é vista pela CNC como um fator que contribui para o aumento da demanda por crédito pelas famílias, que buscam aproveitar o menor custo dos juros.

O estudo também revela que o percentual de famílias que se consideram muito endividadas aumentou para 17,8% em maio, um aumento em relação aos 17,2% de abril. A inadimplência, medida pelo percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso, manteve-se estável em 28,6%, o mesmo nível de abril, mas inferior aos 29,1% de maio de 2023.

O número de famílias que não terão condições de quitar suas dívidas também apresentou uma leve queda, passando de 12,1% em abril para 12% em maio, embora esteja acima dos 11,8% do mesmo período do ano anterior.

Os principais fatores de endividamento continuam sendo o uso do cartão de crédito, responsável por 86,9% dos casos, seguido pelos carnês, com 16,2%, e o crédito pessoal, com 9,8%. Um ponto positivo destacado pela pesquisa é a redução no uso do cheque especial, que agora representa apenas 3,9% das dívidas, o menor índice desde o início da pesquisa em 2010.

A CNC prevê que a tendência de aumento no endividamento continue até o final do ano, com expectativa de que o percentual de famílias endividadas alcance 80,4% em dezembro. Este cenário desafia as políticas econômicas e sociais do país, que buscam equilibrar o crescimento do crédito com a capacidade de pagamento das famílias brasileiras.

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