Desessete países da União Europeia registraram 25.130 de coqueluche
No Brasil, o último grande pico epidêmico de coqueluche aconteceu em 2014, com 8.614 casos
A coqueluche, também conhecida como pertussis, tem ressurgido de maneira preocupante em diversas partes do mundo. Entre janeiro e dezembro do ano passado, 17 países da União Europeia registraram 25.130 casos da doença. Esse número aumentou significativamente nos primeiros três meses deste ano, com 32.037 ocorrências notificadas, principalmente entre menores de 1 ano, seguidos por crianças de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.
A situação é igualmente alarmante na China, onde o Centro de Prevenção e Controle de Doenças informou 32.380 casos e 13 óbitos até fevereiro de 2024. Na Bolívia, um surto da doença resultou em 693 casos confirmados de janeiro a agosto de 2023, com a maioria das ocorrências (62,8%) em menores de 5 anos, além de oito mortes.
No Brasil, o último grande pico epidêmico de coqueluche aconteceu em 2014, com 8.614 casos confirmados. De 2015 a 2019, os casos variaram entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, a pandemia de covid-19 e as medidas de isolamento social levaram a uma significativa redução nos casos de coqueluche. No entanto, de 2019 a 2023, todos os estados brasileiros notificaram ocorrências da doença, com Pernambuco liderando com 776 casos, seguido por São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. No mesmo período, foram registradas 12 mortes, a maioria em 2019.
Em 2024, os casos continuam em alta. Só no estado de São Paulo, a Secretaria de Saúde notificou 139 casos de coqueluche até o início de junho, um aumento de 768,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve apenas 16 registros.
O Ministério da Saúde do Brasil reforça que a vacinação é a principal forma de prevenção contra a coqueluche, especialmente para crianças menores de 1 ano, que devem receber o esquema vacinal primário composto por três doses da vacina penta aos 2, 4 e 6 meses. A vacina penta protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. Doses de reforço com a vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, são administradas aos 15 meses e aos 4 anos.
Além disso, desde 2014, uma dose da vacina dTpa tipo adulto é recomendada para gestantes a partir da vigésima semana de gestação como estratégia de imunização passiva dos recém-nascidos. Se a vacinação não ocorrer durante a gravidez, uma dose deve ser administrada no puerpério, até 45 dias pós-parto. A partir de 2019, a vacina dTpa também passou a ser indicada para profissionais de saúde, estagiários e parteiras tradicionais que atuam em unidades de terapia intensiva e cuidados intensivos neonatais, como complemento ou reforço do esquema vacinal.
A coqueluche continua a ser uma ameaça à saúde pública global, destacando a importância da vacinação e da vigilância epidemiológica para controlar a disseminação da doença.