O objetivo desse novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto

Municípios dos países que compõem o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão se unindo para criar uma associação representativa dentro do bloco. O objetivo desse novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto por meio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics.

De acordo com Eduardo Tadeu Pereira, diretor executivo da Associação Brasileira de Municípios (ABM), no próximo dia 21, na cidade de Kazan, na Rússia, será oficializado um documento para a fundação da Associação de Municípios dos Brics. Uma comissão de prefeitos da ABM participará desse encontro.

A ideia central é que os municípios possam compartilhar experiências na resolução de problemas e buscar financiamento de forma conjunta. No contexto do Brics, é crucial que os municípios tenham acesso ao NDB, um novo mecanismo de financiamento internacional.

O NDB foi criado em dezembro de 2014 com o objetivo de ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do Brics e em outras economias emergentes. Até o início de 2023, o NDB havia aprovado cerca de US$ 32 bilhões em projetos, sendo aproximadamente US$ 4 bilhões investidos no Brasil, principalmente em projetos de rodovias e portos.

Recentemente, o Novo Banco de Desenvolvimento destinou US$ 1,115 bilhão (cerca de R$ 5,750 bilhões) para o estado do Rio Grande do Sul. A presidência do NDB está atualmente a cargo da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Durante o encontro do Urban20 (U20), grupo que reúne cidades do G20 e é co-presidido pelos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, o coordenador-geral do Brasil no G20, o diplomata Felipe Hees, destacou a importância de aumentar os financiamentos internacionais para projetos sociais, especialmente aqueles voltados ao combate à fome. Ele ressaltou que apenas 2% dos recursos destinados ao financiamento global beneficiam políticas públicas nessa área.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, prioridade da presidência brasileira do G20, busca identificar fontes de financiamento para apoiar políticas públicas. Uma das estratégias é assegurar que organismos internacionais destinem um percentual fixo de seus recursos para ações sociais, contribuindo para enfrentar esse desafio global.