Extrema direita lidera primeiro turno das eleições francesas

Foto: Eric Feferberb/EPA/Arquivo
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Os resultados, que refletem uma grande participação eleitoral e estavam alinhados com as previsões pré-eleitorais

O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, saiu na frente no primeiro turno das eleições parlamentares francesas deste domingo (30), segundo pesquisas de boca de urna. As estimativas indicam que o RN obteve cerca de 34% dos votos, conforme levantamentos realizados por Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe.

A porcentagem de votos do RN superou a dos rivais esquerdistas e centristas. A aliança Juntos, do presidente Emmanuel Macron, deve alcançar entre 20,5% e 23% dos votos, enquanto a Nova Frente Popular, uma coligação de esquerda formada às pressas, deve obter cerca de 29% dos votos, conforme as sondagens.

Os resultados, que refletem uma grande participação eleitoral e estavam alinhados com as previsões pré-eleitorais, não esclarecem se o RN, de postura anti-imigrante e eurocética, conseguirá formar um governo ao lado do pró-UE Macron.

Agora, uma semana de negociações políticas precede o segundo turno, marcado para 7 de julho. O resultado final dependerá de como os partidos decidirão unir forças nos 577 círculos eleitorais da França para a segunda volta. Historicamente, partidos de centro-direita e centro-esquerda uniram-se para impedir que o RN assumisse o poder, mas essa dinâmica, conhecida como “frente republicana”, está mais incerta do que nunca.

A decisão do presidente Macron de convocar eleições antecipadas lançou o país na incerteza política, provocou ondas de choque na Europa e resultou em uma venda de ativos franceses nos mercados financeiros.

O RN, um pária de longa data na política francesa, está agora mais próximo do poder do que nunca. Marine Le Pen tem trabalhado para desintoxicar a imagem do partido, anteriormente associado ao racismo e ao antissemitismo, estratégia que parece ter funcionado em um contexto de descontentamento dos eleitores com Macron, aumento do custo de vida e preocupações crescentes com a imigração.

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