Sobral da tinta cal amarelo
Muitos conhecem a espetacular obra de Monteiro Lobato denominada de Sítio do Picapau Amarelo. O povo de Sobral, certamente à frente dos leitores do consagrado escritor, tem, não o privilégio, mas a desdita de morar na cidade Beira Amarela, onde ninguém mais pode estacionar um veículo sem ser incomodado por um guarda ou mesmo multado através de câmeras.
Aqui, boneca de pano não é gente, sabugo de milho não é gente, contudo, as dezenas de câmeras eletrônicas fazem o papel de gente da pior espécie, pois atuam como carrascos multadores, se constituindo em verdadeiras ciladas do poder público para punir cidadãos e levar alegria aos cofres da prefeitura. Soma-se ao quadro de personagens, a câmara de vereadores, onde sacis e cucas votam para prejudicar a vida dos moradores, presenteando-lhes com impostos, multas e taxas.
Quem dera esse amarelidão simbolizasse o amadurecimento do povo ou, quem sabe, o nascer de um novo sol, que muitos esperam brilhar nas trevas das repetidas gestões desastrosas. Quem dera esse amarelidão não fosse prejudicial, imoral e politicamente incorreto, significando nada além de uma postura imperiosa cheirando a ditadura.
Sobral amarelou e, assim como os frutos, poderá apodrecer e sair da feira para o lixo, que agora tem taxa e abuso tributário. É preciso que alguma coisa mude por estas bandas amarelas e ridículas.