MS reforça vigilância para transmissão da febre oropouche

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A recomendação inclui a coleta de amostras, o preenchimento da ficha de notificação e alertas à população sobre medidas de proteção a gestantes

O Ministério da Saúde (MS) emitiu nesta semana uma recomendação aos estados e municípios para intensificar a vigilância em saúde quanto à possibilidade de transmissão vertical do vírus Oropouche. A medida foi adotada após o Instituto Evandro Chagas do MS detectar a presença do anticorpo do vírus em amostras de um caso de abortamento e quatro casos de microcefalia. “Significa que o vírus é passado da gestante para o feto, mas não é possível afirmar que haja relação entre a infecção e o óbito e as malformações neurológicas”, afirmou o ministério em nota divulgada na quinta-feira (11).

No documento, o ministério orienta que estados e municípios intensifiquem a vigilância nos meses finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram infecções por dengue, Zika, Chikungunya ou febre de Oropouche. A recomendação inclui a coleta de amostras, o preenchimento da ficha de notificação e alertas à população sobre medidas de proteção a gestantes, como evitar áreas com a presença de maruins (um tipo de inseto) e mosquitos, instalar telas em portas e janelas, usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente.

Em 2023, o serviço de detecção de casos de Oropouche foi ampliado para todo o país, com a disponibilização de testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) pelo Ministério da Saúde. Com isso, os casos, antes concentrados prioritariamente na Região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do Brasil. “A descoberta reforça a eficiência da vigilância epidemiológica no SUS, principalmente em relação à possível transmissão vertical de doenças, fundamental para antecipar diagnósticos e proteger gestantes e recém-nascidos”, informou o ministério.

A febre Oropouche é uma doença causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Seus sintomas incluem febre de início repentino, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, tontura, dor na parte posterior dos olhos, calafrios, náuseas e vômitos. Em cerca de 60% dos pacientes, manifestações como febre e dor de cabeça persistem por duas semanas. Não há tratamento específico para a doença, e a prevenção é feita através da proteção contra os mosquitos transmissores.

A febre Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no Brasil, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.

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