Pesquisa com bromélia amazônica aponta alternativa sustentável ao plásticopetroquímico

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Compartilhe

O estudo, desenvolvido pelo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) em Manaus

Pesquisas com a bromélia curauá (Ananás erectifolius), nativa da Amazônia e semelhante ao abacaxi, estão revelando um alto potencial econômico sustentável como substituto do plástico de origem petroquímica. O estudo, desenvolvido pelo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) em Manaus, está em fase de implantação através de um projeto-piloto de extensão com produtores da agricultura familiar.

Por meio de um acordo de cooperação com outras instituições, o CBA fornece mudas, capacita produtores para o plantio e produção da fibra, e os conecta com uma empresa para a produção de bioplástico. Simone da Silva, pesquisadora e gerente da Unidade de Tecnologia Vegetal do CBA, destaca que o objetivo é desenvolver cadeias produtivas, trazendo desenvolvimento, renda e benefícios sociais e ambientais para a região. “Já tem até patentes com coletes balísticos, vigas para edifícios, antiterremoto, tudo por conta da grande elasticidade e resistência dessa fibra”, explica.

O curauá, que prefere solo não encharcado, ácido e pouco fértil, é uma opção de manejo sustentável por se desenvolver melhor em áreas de sombra e com outras espécies. O preparo da área não exige fogo ou derrubada, e o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, encaixando-se bem em sistemas agroflorestais sem necessidade de substituir culturas tradicionais como açaí, macaxeira, mamão e maracujá.

A sustentabilidade do curauá também se reflete na sua viabilidade econômica, atraindo interesse da indústria como substituto ao polietileno petroquímico, fibra de vidro e outras fibras naturais como malva e juta. “É uma espécie nativa da Amazônia que é pouco difundida e tem bastante interesse comercial. A fibra é a opção natural com maior resistência mecânica que se conhece hoje, de acordo com os nossos resultados de pesquisa”, afirma Caio Perecin, diretor de Operações do CBA.

O beneficiamento do curauá é simples e pode ser realizado pelo próprio produtor com um equipamento adaptado para o tamanho da fibra da bromélia. Segundo Simone Silva, a máquina é segura e não representa risco de acidentes no manuseio, tornando o processo ainda mais acessível e sustentável.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content