Inflação de junho fica abaixo da registrada em maio
O levantamento identificou que o grupo de alimentos e bebidas foi o responsável pela pressão inflacionária do mês
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta segunda-feira (15) que a inflação de junho ficou abaixo da registrada em maio para todas as faixas de renda. O levantamento identificou que o grupo de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela pressão inflacionária do mês, enquanto o setor de saúde e cuidados pessoais também teve um impacto significativo em todas as classes de renda.
O Indicador Ipea de Inflação por faixa de renda, publicado mensalmente, considera seis categorias de renda domiciliar: muito baixa (menor que R$ 2.105,99), baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99), média-baixa (entre R$ 3.158,99 e R$ 5.264,98), média (entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96), média-alta (entre R$ 10.529,96 e R$ 21.059,92) e alta (maior que R$ 21.059,92).
Entre as famílias de renda alta, a maior desaceleração foi observada com uma inflação de 0,04% em junho, comparada a 0,46% em maio. Esse grupo foi beneficiado pela redução nas tarifas aéreas (-9,9%) e nos transportes por aplicativo (-2,8%). Por outro lado, as faixas de renda baixa e muito baixa tiveram as maiores variações, ambas com 0,29% em junho, ante 0,48% em maio.
No acumulado do ano, a menor variação inflacionária foi de 1,64% para as famílias de renda alta, enquanto a maior, de 2,87%, foi registrada entre as famílias de renda muito baixa. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e utilizado como índice oficial da inflação no país, apresentou uma variação de 2,43% desde o início do ano.
Considerando os últimos 12 meses, a menor variação inflacionária foi para as famílias de renda muito baixa, com uma taxa de 3,66%, enquanto as famílias de renda alta acumularam a maior inflação, de 4,79%.
No grupo de alimentos e bebidas, os preços do arroz (2,3%), tubérculos (2%) e leites e derivados (3,8%) tiveram os maiores aumentos em junho. Em contrapartida, houve deflação em frutas (-2,6%), carnes (-0,47%) e aves e ovos (-0,34%).
O grupo de saúde e cuidados pessoais também exerceu uma pressão inflacionária, com reajustes significativos em produtos farmacêuticos (0,52%), higiene pessoal (0,77%), serviços médicos como hospital e laboratório (1,0%) e planos de saúde (0,37%).