Sobral abandonada
O sobralense se prepara para receber um novo aumento na conta de água. Esse líquido, antes precioso e, atualmente seboso, está acima da cotação do petróleo. Por que o comparativo com o petróleo? Muito simples: é que a população sobralense é vista pela gestão municipal da mesma forma como o sheik de Dubai vê seus privilegiados moradores.
O pobre sobralense, de tão espremido que é, nem lágrimas derrama mais. Em cada dia acontece um novo episódio de taxação, multas e perseguições, enquanto a cidade vai amarelando, e com ela, grande parte da população, que se benze quando alguém fala de um dos membros da família imperial. É uma atitude insana de quem não se preza e não conhece os direitos que tem. Muitas dessas pessoas repetirão a dose da bebida amarga nas urnas, e continuará sob o domínio do imperador medonho.
Há que se reconhecer e lamentar, que Sobral está desfigurada, desgovernada e com seus poderes apodrecidos. Já não há de nenhum dos lados a empatia pela dor do povo, muito menos o compromisso de protegê-lo dos males a que é acometido. Há algo estranho nesse modelo de gestão, que tanto tira e pouco coloca, e que deixa pairar nos ares muitas dúvidas quanto ao destino dos recursos que arrecada.
O demonstrativo de gastos com serviços essenciais nos bairros da cidade não condiz com a realidade que se vê. Há erros? Há desonestidade? Há malversação do dinheiro público? Quem pode provar, se ninguém se manifesta, encara ou tem coragem? Triste sina Sobral.