O faz de conta eleitoral
É estranha a diferença do comportamento da justiça eleitoral em relação às campanhas e as gestões. Para as primeiras há um exagero quanto às proibições, o que deixa as candidaturas intimidadas e impedidas de praticar a caça ao voto. Essas proibições também fizeram com que as campanhas perdessem seus atrativos principais, que eram as charangas tocando as músicas dos candidatos, os comícios, os terreiros alegres, a distribuição de camisas e muitos outros.
A justiça alega abuso de poder econômico, isto, por existirem candidatos ricos e pobres e haver entre eles uma enorme diferença quanto ao poder aquisitivo. O entendimento e as ações da justiça poderiam ser melhor compreendidos, se houvesse por parte dela ações rigorosas também na gestão, uma vez que a maioria dos candidatos que entram pobres acabam saindo ricos, e isso prova que o cuidado deveria ser com as gestões e não com as campanhas.
Sobral tem inúmeros exemplos quanto a esse questionamento, pois os recentes gestores entraram pobres e ficaram ricos e até milionários, no entanto a justiça não fiscaliza o crescimento financeira dessas pessoas, e isso anula todo trabalho de controle e interferência nas campanhas. Esse faz de conta muito se parece com ação de uma pessoa que constrói um galinheiro com todos os detalhes de segurança, e depois dele pronto, coloca dentro uma raposa para devorá-las. Não se pode duvidar da seriedade do processo jurídico que abrange os trâmites da política, contudo, não se pode aplaudir o que chega na ponta, uma vez que o Brasil é um dos campeões mundiais em corrupção e a nossa justiça não está entre as mais sérias.