Mulheres brasileiras fazem história nas Olimpíadas de Paris 2024

Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Compartilhe

A maioria das vinte medalhas conquistadas pelo Brasil veio do esforço feminino

Nas Olimpíadas de Paris 2024, as mulheres brasileiras não só participaram como protagonistas. Pela primeira vez na história olímpica do Brasil, a delegação teve mais mulheres do que homens, com 163 atletas femininas contra 126 masculinos, correspondendo a 56,4% do total. Essa maioria numérica se refletiu nos resultados: a maioria das vinte medalhas conquistadas pelo Brasil veio do esforço feminino, um marco significativo na trajetória esportiva do país.

O desempenho das atletas foi impressionante. Dos três ouros conquistados pelo Brasil, todos foram para mulheres: Beatriz Souza brilhou no judô, Rebeca Andrade encantou na ginástica artística, e a dupla Duda e Ana Patrícia dominou o vôlei de praia. No total, as mulheres trouxeram para casa doze das vinte medalhas brasileiras, com um décimo terceiro pódio envolvendo a participação feminina no judô por equipes.

Esse avanço é notável quando comparado às edições anteriores dos Jogos Olímpicos. Em Tóquio, as mulheres conquistaram 43% das medalhas brasileiras; no Rio de Janeiro, 26%. Em Paris, elas também se destacaram nas medalhas de prata e bronze, superando os homens em ambos os naipes.

O impacto das conquistas femininas foi tema da coletiva de imprensa do Comitê Olímpico do Brasil (COB), realizada no domingo (11). Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024, enfatizou o investimento do COB nas mulheres, não apenas como atletas, mas também em posições de liderança no esporte. “O que vimos aqui em Paris no esporte reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo”, declarou.

O diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, ex-medalhista olímpico, também celebrou o desempenho das mulheres. “Queremos sempre ultrapassar barreiras, quebrar recordes, vencer sempre. Acho que nesses Jogos Olímpicos conseguimos quebrar alguns desses recordes, principalmente no que diz respeito ao esporte feminino”, afirmou.

O nome de Rebeca Andrade, em particular, destacou-se em Paris. A ginasta paulista tornou-se a maior medalhista olímpica do Brasil, com quatro pódios em Paris, totalizando seis em sua carreira. “Para mim é uma honra ser mulher preta e hoje estar onde eu estou: no topo do mundo”, disse Rebeca, após mais uma conquista.

No surfe, Tatiana Weston-Webb fez história ao ganhar a primeira medalha olímpica feminina brasileira na modalidade, conquistando a prata. “Espero que isso inspire várias meninas a surfarem e irem atrás dos seus sonhos”, disse a surfista, celebrando seu feito e vislumbrando um futuro promissor para o surfe feminino no Brasil.

No vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia encerraram um jejum de 28 anos sem ouro para as mulheres brasileiras. Em Atlanta 1996, as primeiras medalhas olímpicas femininas do Brasil também vieram do vôlei de praia, mas Paris 2024 consolidou o crescente impacto das mulheres no esporte nacional.

Com o aumento das oportunidades, vêm os resultados. Bia Ferreira, boxeadora que conquistou o bronze em Paris, reforçou essa ideia: “As mulheres sempre trouxeram bons resultados. Temos grandes atletas de referência feminina, só que tínhamos um número menor. Quanto mais oportunidades vierem e mais mulheres se classificarem, automaticamente vamos trazer resultados.”

Paris 2024 se tornou um marco na história esportiva do Brasil, mostrando que o futuro do esporte brasileiro é cada vez mais feminino. As conquistas das atletas brasileiras são um reflexo da evolução social e esportiva do país, onde as mulheres estão, cada vez mais, alcançando o topo.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content