BNDES anuncia transferência recorde de recursos ao Tesouro Nacional

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O BNDES já havia aprovado o repasse de R$ 15 bilhões em dividendos ao Tesouro

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, revelou nesta terça-feira (13) que a transferência de recursos para o Tesouro Nacional em 2024 superará o lucro contábil registrado pelo banco no ano anterior. Com um resultado líquido de R$ 21,9 bilhões em 2023, o BNDES já havia aprovado o repasse de R$ 15 bilhões em dividendos ao Tesouro. No entanto, segundo as estimativas do banco, o valor final pode chegar a R$ 24,5 bilhões, estabelecendo um novo recorde.

Este montante inclui o pagamento de dividendos, o recolhimento de impostos e a antecipação de parcelas de um acordo firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU). Esse acordo tem como objetivo quitar uma dívida relacionada aos aportes feitos pela União entre 2008 e 2014. Mercadante destacou que a transferência inédita de dividendos visa apoiar a meta de superávit primário estabelecida pelo Ministério da Fazenda e contribuir para o equilíbrio das contas públicas. Ele também afirmou que os repasses são realizados de forma segura, respeitando as capacidades da instituição.

Durante a apresentação do balanço financeiro do segundo trimestre de 2024, Mercadante revelou que o BNDES registrou um lucro contábil de R$ 8,1 bilhões, posicionando-se como o terceiro maior lucro entre os grandes bancos que já divulgaram seus resultados trimestrais. Apesar do excelente desempenho, Mercadante enfatizou que um banco de desenvolvimento não necessita alcançar lucros tão elevados, mas que o esforço foi necessário para garantir a transferência de recursos ao Tesouro neste ano. Ele também expressou otimismo de que o crescimento econômico futuro reduzirá a necessidade de esforços semelhantes.

Além disso, Mercadante discutiu a importância de diversificar as operações do BNDES, destacando a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), um novo título de renda fixa aprovado pelo Congresso Nacional. A iniciativa visa gerar recursos para a concessão de crédito à indústria nacional, sem pressionar o Tesouro. Mercadante também ressaltou a relevância do Fundo Clima, voltado para a descarbonização da economia, e alertou para a necessidade de reformular o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que, segundo ele, está sendo desvirtuado de sua função original e poderá gerar impactos significativos a partir de 2026 se não houver mudanças estruturais.

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