ONU critica falta de transparência em eleições Venezuelanas

Foto: Instagram/Nicolas Maduro
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O governo de Nicolás Maduro rejeitou veementemente as conclusões do relatório

Um painel de especialistas da ONU divulgou um boletim preliminar sobre as eleições presidenciais na Venezuela, realizadas no dia 28 de julho, apontando irregularidades graves que colocam em dúvida a integridade do processo. Segundo o documento, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do país não seguiu normas básicas de transparência, como a divulgação detalhada dos resultados tabulados por candidato, prática comum em democracias contemporâneas.

O relatório preliminar destacou que a transmissão eletrônica dos resultados, que inicialmente ocorreu de maneira eficiente, foi interrompida sem explicações claras, gerando incertezas sobre a autenticidade dos dados anunciados. O Painel da ONU também mencionou o cancelamento de auditorias pós-eleitorais que poderiam ter esclarecido se um ataque cibernético, alegado pelo governo venezuelano, realmente comprometeu a apuração.

O governo de Nicolás Maduro rejeitou veementemente as conclusões do relatório, classificando-as como propaganda manipulada por interesses externos, especialmente dos Estados Unidos. O chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, acusou o Painel da ONU de estar alinhado com a agenda da direita golpista venezuelana, sugerindo que os especialistas mantiveram contato direto com o Departamento de Estado dos EUA.

Apesar das críticas, o Painel da ONU reconheceu que o processo de votação em si ocorreu de maneira pacífica e organizada no dia da eleição. No entanto, a falta de comunicação entre o Painel e a Junta Diretiva do CNE após o fechamento das urnas levanta mais dúvidas sobre a transparência do processo.

Em resposta às acusações de fraude feitas pela oposição, que alega que as atas eleitorais indicam a vitória de seu candidato, Edmundo González, o governo venezuelano iniciou uma investigação penal contra os responsáveis por divulgar as atas online, acusando-os de falsificação. A oposição, por sua vez, afirma que os documentos são autênticos e que mais de 80% das atas foram publicadas.

Com a situação ainda sem resolução, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela abriu uma investigação para apurar todo o processo eleitoral, sendo pressionado por países como Brasil, México e Colômbia a divulgar os dados eleitorais detalhados para encerrar o impasse.

O desfecho dessa crise eleitoral pode ter profundas implicações para a estabilidade política da Venezuela e para as relações do país com a comunidade internacional.

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