Após recorde, bolsa opera com instabilidades e dólar sobe
O comportamento do mercado reflete movimentos globais
Depois de atingir um novo recorde nominal de pontos na última segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) enfrentou um dia de oscilações nesta terça-feira (20). Pela manhã, investidores aproveitaram para realizar lucros, vendendo ações e pressionando o Ibovespa para baixo. No entanto, à tarde, o índice recuperou parte das perdas, registrando alta de 0,31% por volta das 15h, alcançando 136.204 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subia 1,43%, sendo cotado a R$ 5,489, e o dólar turismo era negociado a R$ 5,680.
O comportamento do mercado hoje reflete movimentos globais, especialmente a valorização do iene japonês, que subiu 0,68% na segunda-feira e continuou em alta de 0,88% nesta terça. Esse fortalecimento do iene geralmente leva a uma fuga de dólares de mercados emergentes como o Brasil, uma vez que investidores desmantelam operações de “carry trade” para evitar perdas.
A Bolsa, que acumulou uma alta de 1,36% na segunda-feira, com o índice atingindo 135.777 pontos, agora experimenta um dia de ajustes. Mesmo assim, o Ibovespa mantém um ganho de 6,37% no acumulado de agosto e 1,19% no ano. A realização de lucros pelos investidores é uma resposta natural após a sequência de altas recentes, embora analistas ainda vejam espaço para o índice continuar subindo. Os recordes em pontos são nominais e, ajustados pela inflação, o Ibovespa ainda estaria distante do recorde real, alcançado em maio de 2008, que corresponderia a 182.275 pontos hoje.
O dia também foi marcado por declarações de autoridades econômicas em um evento em São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil tem potencial para crescer acima da média mundial, mas destacou que esse crescimento deve ser sustentável e de qualidade, com foco em investimentos, formação de capital e mercado de trabalho. A fala do ministro e as expectativas em torno de futuras quedas nos juros contribuem para o otimismo moderado no mercado, impulsionando a entrada de recursos no país, como os R$ 1,29 bilhão registrados em 15 de agosto.