Argentina põe em quarentena navio que deixou Brasil por suspeita de Mpox

Foto: Débora F. Barreto-Vieira/IOC/Fiocruz
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A embarcação, que partiu de Santos, São Paulo, tinha como destino o Porto San Lorenzo, em Santa Fé

Um navio com bandeira da Libéria foi colocado em quarentena pelas autoridades sanitárias argentinas após um dos tripulantes apresentar sintomas compatíveis com mpox, uma doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos. A embarcação, que partiu de Santos, São Paulo, tinha como destino o Porto San Lorenzo, em Santa Fé. O tripulante afetado, de nacionalidade hindu, foi isolado dos demais após desenvolver lesões cutâneas no tronco e rosto, sinais característicos da mpox.

Em resposta ao incidente, o Ministério da Saúde da Argentina ativou um protocolo de emergência em saúde pública. Uma equipe de Vigilância Sanitária de Fronteira foi enviada ao navio, que permanecerá no ancoradouro com restrições rigorosas: ninguém pode desembarcar, e apenas equipes sanitárias terão permissão para embarcar. As amostras das lesões serão analisadas conforme as diretrizes de vigilância epidemiológica, enquanto toda a tripulação ficará em quarentena até que os resultados sejam divulgados.

Até o momento, a Argentina não registrou casos da nova variante de mpox, identificada recentemente em países africanos. A preocupação global com a disseminação da doença aumentou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, no dia 14 de agosto, que a situação de mpox no continente africano configura uma emergência em saúde pública de importância internacional. Mais de 15 mil casos suspeitos e 537 mortes foram relatados na República Democrática do Congo, refletindo a gravidade da crise.

No Brasil, o Ministério da Saúde reativou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox, mantendo a vigilância como prioridade. Em 2024, o país registrou 709 casos confirmados ou prováveis da doença, um número bem inferior aos mais de 10 mil casos contabilizados em 2022, durante o auge da primeira emergência. Desde então, 16 óbitos foram confirmados, sendo o último em abril de 2023.

A situação no navio liberiano e as medidas tomadas refletem a vigilância contínua e as preocupações globais com a possível disseminação da mpox, especialmente em um cenário onde a OMS já alertou para os riscos de uma nova pandemia.

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