Vacina crasileira contra mpox entra em fase final

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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A vacina brasileira é considerada extremamente segura inclusive para imunossuprimidos e gestantes

O Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está prestes a dar um importante passo no combate à mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos). A instituição anunciou que em breve iniciará os testes em humanos para a vacina nacional, após a conclusão do Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM), que será enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação.

A vacina brasileira, que utiliza um vírus atenuado e não replicativo, é considerada extremamente segura, inclusive para imunossuprimidos e gestantes. Essa segurança foi demonstrada nos testes iniciais, que indicaram uma resposta robusta contra a doença, incluindo a indução de neutralizantes e resposta celular. Segundo Karine Lourenço, líder da Plataforma de Vetores Virais e Expressão de Célula Eucariota do CTVacinas, o imunizante se mostrou “protetor e esterilizante” durante a fase de pesquisa.

O desenvolvimento da vacina, que já dura dois anos, ganhou relevância global quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como uma emergência de saúde pública internacional, devido ao risco de disseminação global. Agora, a vacina nacional se aproxima de sua fase mais crucial, que envolve o início dos ensaios clínicos em humanos.

A produção em larga escala do imunizante já é uma realidade no Brasil, com a cepa atenuada do vírus vaccinia, que pertence ao mesmo gênero da mpox, pronta para ser utilizada. A pesquisa atual se concentra em aumentar a produção para atender à demanda em grande escala.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacou a vacina nacional contra a mpox como uma prioridade da Rede Vírus, um comitê especializado em virologia que foca no desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos e vacinas para vírus emergentes no Brasil. Além disso, a UFMG recebeu, em 2022, material essencial para o desenvolvimento da vacina, doado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

Atualmente, existem duas vacinas disponíveis contra a mpox no mercado global: a Jynneos, da farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e o ACAM 2000, da norte-americana Emergent BioSolutions. A primeira, também composta por um vírus atenuado, é recomendada para diversos grupos, incluindo gestantes e pessoas com HIV. A segunda, por utilizar o vírus ativo, possui mais contraindicações e efeitos colaterais, tornando-a uma opção menos segura.

Com a crescente preocupação global em torno da mpox, o Brasil também está em negociação para a aquisição de doses da vacina Jynneos através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Até agora, o país já recebeu 47 mil doses e aplicou cerca de 29 mil desde que a Anvisa aprovou o uso provisório do imunizante em 2023.

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