Câmara debate estratégias para erradicar o HIV no Brasil

Foto: Ricardo Almeida/Agência de Notícias do Paraná
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O cenário no Brasil, segundo o boletim epidemiológico de HIV e Aids de 2023 do Ministério da Saúde, é preocupante

Nesta quarta-feira (28), a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados promove uma audiência pública para discutir possíveis estratégias para eliminar o HIV no Brasil. O debate, que ocorre no plenário 9 a partir das 9 horas, foi convocado a pedido da deputada Erika Kokay (PT-DF), preocupada com o avanço da doença e as barreiras enfrentadas pelas Pessoas Vivendo com HIV e Aids (PVHA).

O cenário no Brasil, segundo o boletim epidemiológico de HIV e Aids de 2023 do Ministério da Saúde, é preocupante: desde 1980 até junho de 2023, foram registrados mais de 1,1 milhão de casos da doença no país. Nos últimos cinco anos, a média anual de novos casos tem se mantido em torno de 35,9 mil, revelando que a epidemia continua a desafiar o sistema de saúde e as políticas públicas.

Erika Kokay destaca a importância do acesso ao tratamento com antirretrovirais, que tem sido fundamental para reduzir a mortalidade entre as pessoas que vivem com HIV. Desde o início da epidemia de Aids, o Brasil notificou 382.521 óbitos até o final de 2022. A deputada reforça que “duas décadas de evidências comprovam que a terapia contra o HIV é bastante eficaz na prevenção da disseminação do vírus,” mas ressalta que o estigma associado à doença ainda é um grande obstáculo.

Um estudo realizado no Brasil e publicado pelo Unaids em 2019 revelou que 64,1% das PVHA já sofreram algum tipo de discriminação por viverem com o vírus. Esse estigma não apenas impacta a qualidade de vida dessas pessoas, mas também dificulta o acesso aos serviços de saúde e à adesão ao tratamento, perpetuando a disseminação do HIV.

A audiência pública de hoje busca, portanto, não apenas avaliar as políticas de saúde existentes, mas também discutir novas abordagens para combater o estigma e avançar na luta contra o HIV. A expectativa é que o debate contribua para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes e inclusivas, que garantam a dignidade e a saúde das pessoas vivendo com HIV e Aids no Brasil.

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