A variante 1b também foi confirmada em outros países africanos

A República Democrática do Congo (RDC) enfrentou um cenário alarmante em 2024, com aproximadamente 18 mil casos prováveis ou suspeitos de mpox e 629 mortes relacionadas à doença. As províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul, onde a nova variante 1b foi identificada, concentraram mais de 5 mil casos e 31 óbitos, segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o número de casos da nova variante está crescendo rapidamente, mas destacou que o número de mortes tem sido relativamente baixo nas últimas semanas. A variante 1b também foi confirmada em outros países africanos, incluindo Burundi, Ruanda, Uganda e Quênia, além de casos isolados na Suécia e na Tailândia, os primeiros fora do continente africano.

Tedros informou que se reuniu com o presidente da RDC, Félix Tshisekedi, que prometeu um aporte de US$ 10 milhões para combater o surto. A OMS, por sua vez, está mobilizando esforços para acelerar o acesso às vacinas contra a mpox na RDC e em países vizinhos. Dois fabricantes submeteram recentemente pedidos de uso emergencial das vacinas, e a OMS está avaliando a documentação com prioridade.

A agência reguladora da RDC já aprovou ambas as vacinas contra a mpox, e o governo está solicitando doações de doses de países de alta renda. Além disso, a OMS pediu que fabricantes de testes de diagnóstico submetessem pedidos de uso emergencial, e recebeu a primeira manifestação de interesse nesta semana.

Tedros ressaltou que, embora as vacinas sejam uma ferramenta crucial, elas não são a única arma no combate à mpox. O surto da nova variante ocorre em uma das regiões mais pobres e instáveis da RDC, o que complica a resposta à doença. Ele destacou a necessidade de uma solução política para a insegurança no leste da RDC, afirmando que essa é a chave para conter o avanço da doença.