O cenário implica em um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos

A energia elétrica ficará mais cara em setembro, com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ativando a bandeira tarifária vermelha patamar 2. O aumento nos custos, anunciado na última sexta-feira (30), é consequência direta da previsão de escassez de chuvas e do clima seco, que elevam as temperaturas e demandam o acionamento das usinas térmicas, mais onerosas que as hidrelétricas. Este cenário implica em um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Essa é a primeira vez em mais de três anos que a bandeira vermelha patamar 2 é acionada. A última ocorrência foi em agosto de 2021, sendo seguida por uma sequência de bandeiras verdes, que se manteve até julho de 2024, quando a bandeira amarela foi reativada, logo sucedida por verde em agosto. No entanto, a continuidade do clima desfavorável levou a Aneel a tomar a decisão de mudar o patamar tarifário novamente, refletindo os maiores custos para a geração de energia elétrica.

Com a expectativa de chuvas abaixo da média histórica no próximo mês, os reservatórios das hidrelétricas devem operar com volumes de água cerca de 50% abaixo do esperado. Este déficit hídrico, aliado ao aumento das temperaturas, força a maior operação das termelétricas, cujos custos são superiores aos das hidrelétricas. Criadas em 2015, as bandeiras tarifárias têm justamente o objetivo de sinalizar esses custos variáveis da geração de energia, permitindo ao consumidor ajustar seu consumo com antecedência e evitar surpresas na conta.

A Aneel alerta para a importância do uso consciente da energia elétrica, especialmente com a bandeira vermelha patamar 2 em vigor. O consumo responsável não só alivia o impacto no bolso dos consumidores, mas também é essencial para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico.