Batimento cardíaco de buracos negros intriga cientistas

Foto: Cavan Images/Luca Pierro/Getty Images
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Segundo a pesquisa, esses pulsos regulares são provocados por interações complexas e instabilidades na matéria que orbita o buraco negro

Entre os fenômenos mais intrigantes do cosmos, o “batimento cardíaco” observado em alguns buracos negros tem capturado a atenção da comunidade científica. Mesmo sendo regiões do espaço-tempo com campos gravitacionais tão intensos que nada, nem mesmo a luz, pode escapar, esses buracos negros exibem uma pulsação que se assemelha curiosamente aos batimentos de um coração humano.

Esse comportamento peculiar foi identificado em apenas dois buracos negros até agora, ambos localizados em sistemas binários, onde interagem com estrelas próximas. Nesse tipo de sistema, o buraco negro atrai o gás da estrela companheira, e à medida que esse gás é sugado, ele se aquece e comprime, gerando emissões intensas de raios X. Em ocasiões raras, quando uma grande quantidade de gás é consumida rapidamente, o buraco negro emite pulsos regulares de raios X, criando o efeito de um “batimento”.

Recentemente, astrônomos do Laboratório de Partículas Astrofísicas da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, conduziram um estudo focado no buraco negro IGR J17091-3624, situado a 28.000 anos-luz da Terra. Suas descobertas, publicadas na plataforma arXiv e submetidas ao The Astrophysical Journal, oferecem uma nova compreensão desse fenômeno.

Segundo a pesquisa, esses pulsos regulares são provocados por interações complexas e instabilidades na matéria que orbita o buraco negro. Quando o gás estelar cai no buraco negro, ele forma um disco fino que gira rapidamente. Eventualmente, esse disco pode se fragmentar, enviando uma grande quantidade de matéria para o interior do buraco negro de uma só vez. Essa súbita injeção de material libera uma enorme quantidade de radiação, gerando o pulso que lembra um batimento cardíaco. Este processo se autoalimenta e repete-se de forma regular, criando o ritmo observado.

Esses “batimentos” cósmicos continuam a ser uma área fascinante de pesquisa, desafiando cientistas a compreenderem melhor as forças extremas que governam o universo.

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