Suspensão do X gera mobilizações e reações na Câmara dos Deputados
A decisão, que envolve a plataforma e seu proprietário, Elon Musk
A suspensão do X, antigo Twitter, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), intensificou as movimentações no Congresso Nacional e reacendeu debates sobre a regulação das redes sociais. A decisão, que envolve a plataforma e seu proprietário, Elon Musk, no inquérito das milícias digitais, foi recebida com críticas e apoio entre os parlamentares.
Na oposição, a reação foi imediata. Deputados como Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) expressaram indignação, alegando que a medida fere a liberdade de expressão. “O direito à liberdade de expressão está tolhido”, afirmou o parlamentar, anunciando um futuro pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, marcado para o dia 9 de setembro. O grupo oposicionista ainda propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o que chamam de abuso de autoridade no Judiciário. Além disso, Bia Kicis (PL-DF), líder da Minoria na Câmara, anunciou a paralisação das votações na Casa como forma de protesto.
No entanto, há quem defenda a suspensão e as ações do STF. Jilmar Tatto (PT-SP), integrante do Grupo de Trabalho da Câmara sobre a Regulamentação das Redes Sociais, elogiou a decisão, destacando a necessidade de combater a disseminação de fake news e crimes digitais. “Liberdade de expressão é uma coisa, cometer crime na plataforma é outra. Não pode ser terra de ninguém”, argumentou Tatto, reforçando que a regulamentação das plataformas digitais no Brasil deve ser uma prioridade do Legislativo.
O relator do PL das Fake News, Orlando Silva (PCdoB-SP), também se posicionou nas redes sociais, apontando que a suspensão da plataforma é resultado da “irresponsabilidade exclusiva de Elon Musk” e que não se trata de censura, mas de soberania nacional diante do descumprimento da legislação brasileira.
O impasse em torno do futuro do X e a proposta de regulação das redes sociais seguem dividindo opiniões, com reflexos diretos nas atividades legislativas. Enquanto a oposição se organiza para obstruir as pautas na Câmara, deputados favoráveis à decisão do STF veem no momento uma oportunidade para avançar na regulamentação das plataformas digitais e garantir que empresas internacionais cumpram as leis brasileiras.