Lince-Ibérico retoma população com tecnologia para evitar atropelamentos
Atualmente, a população dessa espécie ultrapassa 2.000, entre jovens e adultos
No início do século 21, o lince-ibérico estava à beira da extinção, com menos de 50 indivíduos em estado selvagem. Porém, graças a um projeto de conservação de 100 milhões de euros financiado pela União Europeia e pelo governo espanhol, a espécie começou a se recuperar. Atualmente, a população ultrapassa 2.000 linces, entre jovens e adultos.
O sucesso desse esforço foi impulsionado por estratégias que incluíram o fortalecimento das populações de coelhos — sua principal presa — e a restauração de habitats naturais. Em reconhecimento a esse avanço, o status do lince-ibérico foi atualizado de ameaçado para vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) em junho deste ano. No entanto, a espécie ainda enfrenta sérios desafios, como a caça furtiva, doenças em coelhos e, principalmente, os atropelamentos.
Para lidar com o problema das mortes nas estradas, novas tecnologias estão sendo empregadas. Na Andaluzia, foram instaladas “cercas virtuais” equipadas com sensores que alertam os linces e os motoristas quando há risco de colisão. Esse sistema detecta a aproximação dos animais e, simultaneamente, avisa os motoristas por meio de sinais sonoros e luminosos. Além disso, o governo regional investiu cerca de 2,9 milhões de euros na expansão dessa tecnologia para aumentar a segurança nas estradas.
A inovação também se estende a novas formas de conectar populações isoladas de linces. Um projeto da Universidade de Córdoba está criando trilhas artificiais baseadas nos sinais químicos que os linces usam na época de acasalamento, com o objetivo de orientar os animais através de passagens subterrâneas sob rodovias.
A cooperação entre diversos setores é apontada como chave para garantir a sobrevivência da espécie. Envolver proprietários de terras, caçadores e conservacionistas no processo é considerado essencial para proteger o lince-ibérico e outras espécies que dependem dos mesmos habitats.