Renda dos trabalhadores cresce 5,8%, mas recua no fim do trimestre
Os rendimentos do trabalho no segundo trimestre de 2024 registraram alta em relação ao primeiro trimestre
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a renda habitual média dos trabalhadores brasileiros cresceu 5,8% em comparação ao ano anterior. Os rendimentos do trabalho no segundo trimestre de 2024 registraram alta em relação ao primeiro trimestre, com o valor médio alcançando R$ 3.255 em abril. No entanto, essa média recuou para R$ 3.187 em julho, uma queda de 2,1%.
O levantamento, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, revelou que os trabalhadores por conta própria, empregados sem carteira e funcionários públicos tiveram os maiores crescimentos interanuais, superando os 7%. Trabalhadores com carteira assinada, no entanto, tiveram um crescimento mais modesto, de 4,4%, confirmando uma tendência de crescimento mais lento para essa categoria desde o início de 2023.
As regiões e perfis dos trabalhadores também influenciaram a variação dos rendimentos. O Nordeste se destacou com um aumento de 8,5%, enquanto os trabalhadores mais velhos, acima de 60 anos, tiveram um salto de 8,8%. Aqueles com ensino superior registraram um crescimento de 5,7%. Por outro lado, os trabalhadores com ensino fundamental incompleto ou inferior viram um acréscimo tímido de 1,1%.
Entre homens e mulheres, o cenário se inverteu ao longo do ano. Enquanto em 2023 as mulheres tinham um crescimento interanual superior ao dos homens, no segundo trimestre deste ano o rendimento dos homens cresceu 6,2%, superando os 5,2% das mulheres.
O estudo também destacou diferenças setoriais. A construção e a agricultura apresentaram os piores desempenhos, com queda de 1% e aumento de apenas 0,5%, respectivamente. Já a indústria e a administração pública mostraram um crescimento acima de 8%, liderando o avanço da renda entre os trabalhadores.
Com a variação regional e setorial da renda, o cenário para o trabalhador brasileiro permanece instável, apesar dos avanços acumulados. O recuo nos rendimentos ao longo do segundo trimestre de 2024 reforça as incertezas econômicas e a necessidade de cautela nos próximos meses.